Elevação da taxa de juros preocupa empresários douradenses

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O anúncio recente da elevação da taxa de juros pelo Banco Central gerou instabilidade e preocupação por parte dos empresários douradenses. O principal receio é quanto ao ‘efeito dominó’ provocado pelo aumento na taxa de juros, como a queda no consumo , retração da economia e desemprego. Diretores da Associação Comercial e Empresarial de Dourados (Aced) criticam a medida adotada pelo governo e orientam os empresários a buscar alternativas para superar o cenário desafiador da economia brasileira.

Conforme anunciado pelo Banco Central na semana passada, os juros básicos da economia brasileira subiram de 13,75% para 14,25% ao ano, a sétima elevação seguida da taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) – utilizada como referência para empréstimos feitos entre os bancos e também nas aplicações em títulos públicos federais.  Com a medida, o Banco Central tenta controlar o crédito e o consumo, atuando assim para segurar a inflação, que tem mostrado resistência neste ano. Por outro lado, ao tornar o crédito e o investimento mais caros, os juros elevados prejudicam o nível de atividade da economia brasileira e, também, a geração de empregos.

É o que avalia o empresário Mário Rubens Ferraz de Paula, que atua nos setores imobiliário e de turismo e é diretor de Turismo da Aced. Segundo ele, qualquer alteração na taxa Selic acaba onerando toda operação de vendas já que maior parte das empresas depende de crédito para operar. “O reflexo para o consumidor final é imediato. Cada ponto percentual a mais tem impacto direto no crédito, negócios e vendas e toda a diferença certamente será repassada ao consumidor”, adianta.

Na avaliação do investidor, o primeiro impacto será na disponibilidade de crédito viável, já que a alta nos juros deverá ‘espantar’ o consumo e a concessão de novos financiamentos. Outra preocupação, segundo Mário Rubens, é quanto a outra atividade perniciosa do mercado: a especulação financeira. “Em situações como esta, muitos investidores preferem deixar o dinheiro ‘estocado’ em vez de investir, provocando retração na economia”, explica.

O gerente comercial do shopping Avenida Center, Robson Luiz Braga Junior, que é 2º secretário da Aced, também teme o ‘efeito dominó’ provocado pela alta nos juros. “É uma medida bastante restritiva para conter a inflação mas os efeitos serão diretos e indiretos com controle sobre o crédito e o consumo”, avalia. “Temos hoje um cenário desafiador, com ausência de crescimento e inflação em alta”, acrescenta.

Para driblar a crise, Robson Braga orienta os empresários a investir no diferencial e buscar alternativas para superar o momento ruim do mercado sem perder o otimismo. Ele citou o Shopping Avenida Center, que nos últimos meses tem tido mais abertura do que fechamento de lojas e ainda mantém um índice crescente de movimento. “É preciso acreditar e trabalhar para dar certo. Dourados tem apoio forte do agronegócio, o que também reduz o impacto destas oscilações de mercado. De toda forma, é preciso manter o otimismo e  continuar trabalhando”, finaliza.

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