Energia solar mais eficiente e acessível é meta de pesquisadores na UEMS

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Um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) estão avançando em trabalhos que visam melhorar a eficiência de painéis solares na produção de energia elétrica.

Com a grande utilização de combustíveis fósseis, que, além de poluírem o meio ambiente, podem se esgotar, pesquisadores de todo o mundo vêm buscando formas “limpas” de geração de energia. A solar se apresenta como uma das mais populares alternativas às fontes energéticas mais poluentes, mas seu alto custo aliado à baixa eficiência de conversão em energia elétrica tornam a tecnologia ainda pouco utilizada.

Segundo os professores da UEMS, Luis Humberto Andrade e Sandro Marcio Lima, responsáveis pelo Grupo de Espectroscopia Óptica e Fototérmica (Geof), o objetivo não é criar uma nova tecnologia, mas melhorar a eficiência dessa, para que as placas possam ser também menores e mais baratas.

O grupo de pesquisa da UEMS já conseguiu desenvolver um material que apresentou condições favoráveis para melhorar a eficiência de aproveitamento da luz solar. “Preparamos este material aqui na Unidade da UEMS de Dourados e já começamos os primeiros testes em laboratório. Tudo indica que o material poderá ser acoplado às placas de célula solar comerciais para melhorar sua eficiência”, esclareceu o professor, Sandro Lima.

Eles explicam que painéis solares para aquecerem água já são uma tecnologia bastante divulgada, contudo o desafio está em ampliar o uso das placas solares para que a população utilize esta fonte de energia regularmente em residências, por exemplo, para funcionamento de lâmpadas ou aparelhos elétricos. A eficácia comprovada atualmente é de cerca de 30% de aproveitamento da luz solar nas placas para a produção de energia.

“Na Europa, a Alemanha é o país que mais explora a energia solar, mas as características de radiação solar em sua área geográfica nem se compara às do Brasil, o qual possui grande área com intensa radiação solar. Estas condições naturais do nosso país fazem com que acreditemos ser possível melhorar este aproveitamento de energia, mas para isto precisamos pesquisar as melhores formas para deixar a placa mais eficiente, já que a tecnologia não é nossa”, explicou o professor Luis Humberto Andrade.

Em países como Alemanha, França e Inglaterra existe incentivo público e fiscal para motivar a população a produzir e vender energia elétrica para as distribuidoras. “Existem casas que as pessoas instalam estes painéis e a energia que sobra é vendida – repassam para a distribuidora. A casa não é autossuficiente, em determinado período a empresa usa o que sobra da energia da casa, e quando a energia não está sendo suficiente a distribuidora repassa a dela, o resultado vem em economia e desconto na conta de energia”, disseram os docentes.

Placas solares já são utilizadas para gerar energia elétrica em radares e lâmpadas de jardim e apesar de serem uma energia limpa e inesgotável, já que se alimenta de uma fonte natural (o Sol), ainda há pouco incentivo fiscal para que a população “compre” a ideia e implante nas residências. “A tecnologia ainda aparenta ter um custo elevado, mas se considerar que é uma energia limpa e eficiente, vale a pena implantar nos estabelecimentos residenciais e comerciais”, falaram Lima e Andrade.

Os pesquisadores enfatizam que se as pessoas produzirem mais energia elétrica em suas casas, o Brasil poderá ter economia neste setor, pois não será necessário aumentar a quantidade de usinas hidrelétricas ou termoelétricas.

O Grupo GEOF acaba de aprovar junto ao Fundect-MS (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul) um projeto de desenvolvimento de pesquisa nessa linha. Espera-se ao término desse esforço apresentar à sociedade um dispositivo que melhora a eficiência de aproveitamento da luz solar para geração de energia elétrica sem aumentar o custo do dispositivo.

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