Esperando salários, jogadores do Sete não treinam às vésperas de decisão

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Chiquinho Lima foi o único a atender a imprensa no Douradão. (Foto: Arquivo/MS em Foco/Rafael Coca)
Chiquinho Lima foi o único a atender a imprensa no Douradão. (Foto: Arquivo/MS em Foco/Rafael Coca)

A semana que antecede a disputa por vaga nas oitavas de final da Série D do Campeonato Brasileiro não tem sido tranquila no Sete de Dourados. Com salários atrasados, os jogadores decidiram por não treinar até que o problema tenha solução e o técnico Chiquinho Lima perdeu os trabalhos de quarta e quinta-feiras para preparar o time que busca a classificação no confronto contra o Fluminense de Feira-BA no domingo (31), às 17h30, no Estádio Douradão. O Sete precisa de uma vitória por três gols de diferença ou devolver o placar de 2 a 0 para levar a decisão para os pênaltis.

A situação financeira do Sete, que se arrastava há algum tempo, mas com os salários sendo pagos pela TNY Sports, gestora do clube, complicou após a conquista do título estadual, o primeiro do time douradense. Sem conseguir captar recursos junto ao empresariado, o elenco que disputa o Brasileiro não recebe há dois meses. De acordo com o gestor do clube, Tony Montalvão, a situação começa a ser regularizada nesta sexta-feira, o que pode fazer os atletas retornarem ao campo.

O movimento dos jogadores começou na quarta e seguiu no dia seguinte. Apenas a comissão técnica subiu para o gramado do Estádio Douradão e atenderam a imprensa no local. Os atletas deixaram o estádio pouco depois, mas sem falarem sobre o assunto. “A gente esperava que não acontecesse tudo isso neste momento de termos que reverter um resultado favorável à equipe adversária, mas chega um momento em que a situação fica insustentável. O retorno técnico está sendo feito e infelizmente os acordos financeiros não estão sendo cumpridos”, lamentou Chiquinho Lima.

De acordo com o técnico, a decisão dos jogadores foi unânime. “Os atletas tomaram a decisão de parar e fizemos isso. Eu, dentro da minha função e das minhas possibilidades, estou tentando contornar a situação para que possamos voltar à trabalhar normalmente porque sabemos da nossa responsabilidade no domingo”, completa.

Tony Montalvão prometeu solucionar o problema. (Foto: Arquivo/MS em Foco/Rafael Coca)
Tony Montalvão prometeu solucionar o problema. (Foto: Arquivo/MS em Foco/Rafael Coca)

Tony

Em entrevista à Rádio Difusora Pantanal, Tony Montalvão lamentou a situação e voltou a alegar falta de apoio financeiro para quitar os vencimentos dos atletas. Segundo ele, a contra-partida prometida à ele para assumir o futebol do Sete nunca foi paga e isso atrapalhou a disputa do Brasileiro. “Quando cheguei foi prometido um valor que, somado ao orçamento que tínhamos, seria suficiente para a temporada e ainda teríamos receita em caixa. Esse dinheiro nunca chegou e o projeto do Sete já consumiu cerca de R$ 2 milhões”.

Em relação aos salários dos jogadores, Tony prometeu solução em breve. “Não são três meses, como estão dizendo, mas dois. Nesta sexta vamos depositar o pagamento de uma folha e na próxima semana esperamos pagar a segunda”.

Em meia à crise, especulações colocam o nome de Montalvão em outros clubes do Estado – Comercial e Corumbaense o teriam procurado -, mas ele afirma que segue em Dourados na próxima temporada. “Mas com uma equipe dentro da possibilidade que teremos, infelizmente mais baixa do que tivemos esse ano. Talvez disputando a quinta ou sexta força do campeonato. É triste dizer isso, mas não temos outro caminho”, encerrou.

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