Ex-jogadores fazem palestra em escolas de Dourados

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Palestras dos ex jogadores foi na manha desta quinta-feira no Rosa Câmara. (Foto: Divulgação)
Palestras dos ex jogadores foi na manha desta quinta-feira no Rosa Câmara. (Foto: Divulgação)

Atendendo pedido da direção de uma escola municipal, Valdessi Carbonari e Moacir Carlos Amorim, dois ex-jogadores da era de ouro do futebol amador e também profissional realizaram na manhã desta quinta-feira de uma palestra a cerca de 320 alunos que na oportunidade estavam acompanhados dos seus respectivos professores; da diretora-adjunta; coordenadores pedagógicos; funcionários e também da atual presidente da APM (Associação de Pais e Mestres) do estabelecimento de ensino.

Marcou presença no evento que foi realizado nas dependências da Escola Municipal Maria da Rosa Antunes da Silveira Câmara, na Cabeceira Alegre em alusão a data comemorativa Dourados, 80 anos, eu conto essa história, a diretora-adjunta Izabel Cristina Pereira Dias, no ato representando a diretora-administrativa Ana Maria Hernandez Pereira e a presidente da APM Liliane Adrielli de Camargo e alunos do pré-escolar até a 9ª série.

Na oportunidade, Valdessi Carbonari, que por muitos anos atuou como quarto zagueiro na era de ouro do futebol de ouro do futebol amador tanto no Ubiratan Esporte Clube como no extinto Operário Esporte Clube, primeiro a contar sua história aos alunos.

Valdessi Carbonari que é nascido em Santo Anastácio, estado de São Paulo disse que chegou em Dourados, então estado do Mato Grosso em 1.962, quando ingressou no Banco do Brasil.

O ex-zagueiro que diz que começou a carreira nos campos de Santo Anastácio nos anos 50 e na época jogava descalços na equipe do Palmeirinha falou também sobre a importância da LEDA em sua vida. “A LEDA é uma lenda, em nossas vidas, pois até hoje nós frequentamos o estádio, com a maior estima, com um maior carinho, onde nós encontramos os nossos amigos da época de jogos e relembramos dos momentos que passamos ali, e sempre que jogo, é como se passasse um filme na minha mente, pois sempre tem alguém se lembrando de alguma coisa que aconteceu, de uma partida que perdemos ou que ganhamos ou empatamos sempre com o estádio lotado, com uma torcida fervorosa dos dois lados e isso era muito bom” concluiu ele.

Valdessi Carbonari se lembrou da eterna rivalidade que havia entre os dois clubes, um criado por Rafael Binchi, o “Faé” (in memorian) e que tinha na família Faker a base estrutural do Ubiratan, o “Leão da Fronteira”, em campo e do Operário, equipe “Obreira” que tinha como sua base estrutural a família Saldivar.

Levando fotos; flâmulas e as sete faixas de campeão para serem mostrados aos alunos, sendo quatro pelo Ubiratan e as demais pelo Operário; Valdessi Carbonari, citou outros clubes da década de 60 e parte dos anos 70 como o Palmeiras de Panambi; Colonial de Indápolis; Cruzeiro; Dragão; 21 de Abril de Fátima do Sul entre outros que participavam dos campeonatos promovidos pela LEDA (Liga Esportiva Douradense de Amadores).

O ex-zagueiro também lembrou que após o fim da era amadora dos dois clubes ainda chegou a jogar por dois anos no profissional pelo Ubiratan, quando ao encerrar a carreira veio junto com outros ex-jogadores a fundar em 1.977 o Saudades Futebol Clube, onde também conquistou títulos do futebol amador.

Valdessi Carbonari lembrou também do titulo da Copa Arizona estadual conquistada por ele assim como o vice-campeonato da mesma competição, quando perdeu nos pênaltis para o Brasília em Goiânia, cidade onde foram realizados os jogos da edição nacional. “Naquela época a rivalidade era dentro do campo; sadia e todos os jogadores davam tudo de si para ganhar o clássico. Em dia de domingo de clássico o assunto na cidade antes e depois dele eram sobre o confronto. Tinha gente que até apostava, pois a rivalidade entre Ubiratan e Operário seria como um Fla-Flu; um Corinthians e Palmeiras; era lindo entrar em campo e ver a LEDA superlotada. Acredito que tempos como aqueles em que havia jogadores das mais diversas qualidades em um só jogo, jamais voltarão” disse Valdessi Carbonari pedindo aos alunos para que pratiquem esportes; joguem futebol, mas que jamais deixem de estudar.

MOACIR AMORIM

Já Moacir Amorim, que desde os oitos anos se formou nas categorias do LEC (Londrina Esporte Clube) disse que devido a uma lesão grave nos joelhos teve a sua carreira encerrada prematuramente aos 24 anos; e já em Dourados passou a treinar os goleiros do Ubiratan no final da década de 80 e até hoje realiza a mesma atividade, atuando como professor da escolinha de goleiros que é mantida pela Prefeitura Municipal por meio da FUNED (Fundação de Esporte de Dourados).

Moacir Amorim lembrou aos alunos que teve três momentos marcantes em sua carreira como jogador e ex; a primeira, quando foi campeão paranaense juvenil e estadual profissional, ambos no Londrina e campeão como técnico do Ubiratan no ano de 1.990 após substituir Mário Lúcio da Silva, o “Manteiga”.

Além dos dois técnicos, vale lembrar que José Flor, o “Careca” também teve participação na campanha do “Leão da Fronteira” que ganhou o titulo em cima do então CEN (Clube Esportivo Naviraiense).

No primeiro jogo da decisão frente ao CEN no “Douradão”, o Ubiratan que até os dias de hoje é o único clube do interior a ter três títulos da série A e um da B além de dois vice-campeonatos venceu por um a zero, gol de “Tadeu” e no jogo de volta arrancou um empate heroico no estádio do “Virotão” em Naviraí.

Moacir Amorim também falou sobre as existências de outros clubes na cidade, como o extinto CAD (Clube Atlético Douradense); o Dourados Futebol Clube que teve apenas quatro anos de criação; o O.A.C (Operário Atlético Clube) que foi fundado pelo desportista Alfio Senatore (in memorian) e que atualmente é presidido pelo empresário Giovanni Marques e o Clube Desportivo 7 de Setembro que este ano se manteve na 1ª divisão do futebol profissional. “Todas essas equipes fizeram parte da história do futebol douradense; uns menos outros mais, mas fizeram suas histórias” analisou o hoje treinador da escolinha de goleiros de Dourados, que é a única do estado.

Para ele, o futebol profissional de Dourados tem de ser revisto; planejado, pois em sua opinião, o clube que quiser prosperar deve de imediato começar um trabalho com categorias de bases; formar jogador e cidadão para o futuro. “Entendo que não adianta trazer caminhões de jogadores de fora para montar um plantel. Temos um vasto campo para formar e revelar jovens jogadores e o que é melhor, ele em sua maioria se identificam com a cidade, o que não é o caso da maioria dos boleiros que vem de outras cidades; de outros estados, assinam contratos, perdem o campeonato e vão embora. Entre perder ou ganhar com jogadores que vem de fora ou com os nossos jovens daqui, prefiro ficar com os daqui, pois pelo menos eles têm identificação com a cidade na qual nasceram e estão sendo criados” analisou o técnico.

Assim como Valdessi Carbonari, Moacir Amorim pediu para que as crianças e os adolescentes presentes na palestra praticassem esportes e que ficassem longe das drogas; mas que jamais deixassem de estudar. “Jogue futebol, pratiquem esportes, fujam das drogas e jamais deixem de estudar, pois é através do estudo que estará traçado a trajetória da vida de vocês” concluiu Moacir Amorim.

Encerrada as palestras, os dois ex-jogadores foram sabatinados pelos alunos por cerca de uma hora, e ao término do evento, os dois foram aplaudidos pelos alunos e pelos demais profissionais presente.

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