HU adota sistema de arquivamento digital de exames

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Já está em funcionamento no Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU-UFGD) o Sistema de Comunicação e Arquivamento de Imagens (PACS, na sigla em inglês para Picture Archiving and Communication System). É uma tecnologia que oferece armazenamento digital e fácil acesso a imagens de várias modalidades, geradas por diferentes tipos de máquinas utilizadas para exames e diagnósticos.

O PACS é constituído por um conjunto de computadores, periféricos e aplicativos que podem ser conectados a diversos equipamentos digitais, como ultrassom, raio-X, tomografia etc. O sistema interliga os aparelhos e permite que médicos e demais integrantes da equipe assistencial visualizem as imagens resultantes dos exames realizados no hospital.

Na primeira etapa de implantação, o acesso ao PACS foi liberado às Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) Adulto, Pediátrica e Neonatal. A segunda etapa, já em execução, vai liberar o acesso nas enfermarias e na Maternidade, configurando 100% de acesso para a área assistencial dentro do hospital. A terceira etapa de implantação do PACS, também já iniciada, será a liberação de acesso para os ambulatórios.

Tecnologia livre

Para implantar o sistema, o Setor de Gestão de Processos e Tecnologia da Informação (SGPTI) do HU-UFGD optou pela adoção de tecnologia livre (open-source software), seguindo uma política de austeridade e gestão racional de recursos, na busca de soluções adequadas a necessidades específicas.

Além de gerar economia imediata por não ser necessário comprar programas ou pagar licenças, o uso de tecnologia livre, com softwares abertos, permite que os programas sejam modificados de acordo com a necessidade do usuário.

No caso do HU-UFGD, foram três meses de utilização experimental do PACS em duas das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). “Nesse período, pudemos verificar, junto com a equipe assistencial, os problemas e as dificuldades na utilização do sistema. Agora, com 90% das questões já completamente resolvidas pelo pessoal da TI, estamos implantando de fato”, explica o chefe da Unidade de Apoio e Diagnóstico por Imagem, Jean Wilson Matos.

Economia

Com o acesso ao PACS em 100% do hospital, a impressão dos exames em filmes radiológicos, gradualmente, deixará de ser feita gerando uma economia de pelo menos 50%, pois passarão a ser impressos apenas os exames que se destinam ao público externo.

Para essa previsão de reduzir os custos pela metade, a Unidade de Apoio e Diagnóstico por Imagem considera que, do volume de aproximadamente dois mil exames realizados por mês, cerca de mil são solicitações internas. O restante chega pelo Sistema de Regulação (SISREG) do Sistema Único de Saúde (SUS).

Além de menos despesas com insumos, o armazenamento digital também tem vantagens como a diminuição do risco de repetição de exames por conta de perda ou falhas na transposição da imagem para a película e menos poluição no meio ambiente, pois os produtos utilizados na impressão dos filmes radiográficos não são biodegradáveis.

Agilidade e ensino

Para ver as imagens, o profissional pode acessar o sistema a partir de qualquer terminal conectado à rede interna do hospital, utilizando uma senha específica de usuário. Uma tela exibe, então, a listagem por nome de paciente. Selecionando o paciente, o profissional tem acesso às imagens dos exames realizados.

Toda essa tecnologia terá reflexo positivo não apenas na Assistência à Saúde, mas também nos aspectos acadêmicos. “Será mais uma ferramenta para o ensino, pois vai dar agilidade na busca de casos para estudo, por exemplo”, avalia Jean Matos.

Boas práticas

“Essa não é uma iniciativa única no HU-UFGD. Outros HUs, como o HUPI [Piauí] e o HUMAP [Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, da UFMS] já estão usando ou estudando esta solução. Como somos uma rede de hospitais, trocamos informações a respeito de boas práticas que podem ser aproveitadas. Esse projeto não acaba em si mesmo, mas abre oportunidades para outras iniciativas e o trabalho em equipe é fundamental para alcançarmos estes objetivos”, considera o chefe do SGPTI, Wesley Eduardo Ferreira.

Segurança

Futuramente, o PACS será integrado ao Aplicativo de Gestão para Hospitais Universitários (AGHU), que concentra os dados, cadastros, informações gerais e dá acesso ao prontuário digital de cada paciente. Assim, o risco de erro, como troca de exames, por exemplo, ficará praticamente eliminado.

Também serão reduzidas situações de retrabalho, como acontece quando o mesmo paciente tem vários cadastros, um para cada setor ou serviço que utiliza no hospital, conforme explicam Alessandro Teixeira de Andrade, técnico em Informática, e André Rogério da Silva, analista de TI no HU-UFGD. Para breve, o SGPTI estuda, também, a integração ao AGHU de um software que permita a disponibilização dos laudos dos exames, já vinculados às informações de cada paciente.

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