Na abertura da Expoagro ruralistas pedem segurança jurídica

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Marcos Morandi

Na abertura da 57ª Expoagro (Exposição Agropecuária de Dourados), que não teve a presença do ministro da agricultura, Carlos Fávaro, o tom do discurso da noite foi a segurança jurídica. Praticamente todas as falas de parlamentares e produtores rurais foram predominadas pelo clima de tensão em relação às ameaças de invasões de propriedades rurais.
“A desinformação sobre o setor é uma das mais preocupantes, se na dramaturgia existe a tentativa de transformar o trabalhador rural em vilão, no mundo real, o suor e a labuta do campo é o que alimenta o Brasil e leva comida para dentro dos lares. Se há bandidos na história, com certeza não é o homem do campo”, disse o presidente do Sindicato Rural, Ângelo Ximenes.
Presentes no evento, o presidente da Famasul (Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul) Marcelo Bertoni destacou a força do agronegócio no Estado e defendeu o diálogo com a sociedade. “Estamos conversando com tosos setores, inclusive os parlamentares da esquerda para que a gente possa garantir o desenvolvimento do Brasil”, disse Bertoni.
Durante discurso aos produtores, o governador de Mato Grosso do Sul , Eduardo Riedel (PSDB) também enalteceu a importância o setor para a economia de Mato Grosso do Sul e também do Brasil. Ele também indicou que vai seguir no caminho da segurança jurídica.
“Para quem quer ver um estado moderno, para quem quer ver um país moderno, atual, dinâmico, duas coisas têm que acontecer: nós não vamos admitir nenhum tipo de desordem neste estado. Vamos manter a nossa segurança. E nós temos que criar alternativa para aqueles que estão à margem desse desenvolvimento”, ponderou o governador.
“Nós temos que criar condições para libertar a nossa população indígena da miséria, nós temos que entender, o que cada uma dessas comunidades quer e entrar nessas aldeias. Que eles possam ter, dentro da óptica deles, desenvolvimento, crescimento, reafirmar seus usos e costumes, mas que isso não se confunda, com invasão ou com desordem”, justificou Riedel.
O prefeito Alan Guedes (PP), que criou um gabinete no Parque de Exposições de Dourados, para despachos durante os dias que acontece a feira agropecuária, além de defender subsídios aos produtores, Guedes também falou a respeito da melhoria da infraestrutura da cidade.
“É importante que os investimentos cheguem também no armazenamento. Isso é fundamental para que o agronegócio seja efetivo e tenha melhores condições de competividade”, ressaltou o prefeito, que falou também da importância da cidade na sustentação da economia estadual e nacional.

Negócios avaliados em R$ 1 bi

A 57ª edição da Expoagro (Exposição Agropecuária de Dourados) começa na próxima sexta-feira (12) com expectativas de tornar o evento mais rentável em termos de movimentações com agronegócio no Centro-Oeste. A expectativa dos produtores rurais e pecuárias é captar em torno de R$ 1 bi até o dia 21 de maio.
A projeção do Sindicato Rural de Dourados é dobrar o montante do ano passado que foi de R$ 500 milhões. “Dentro do Centro-Oeste eu acredito que essa será a maior movimentação que a Expoagro vai fazer em relação aos anos anteriores”, disse presidente da entidade, Ângelo Ximenes, durante entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira (10).
Segundo o presidente da entidade, é importante ressaltar que os custos aumentaram de forma considerável em relação às edições anteriores. “Os valores das máquinas aumentaram muito. Uma colheitadeira hoje está avaliada em torno de R$ 4 a 5 milhões. Em relação aos implementos das pequenas propriedades, tratores de pequeno e médio porte também apresentam alterações”, justifica.
Além do número de expositores já confirmados, que passa de 80, a feira agropecuária quer atrair um público de mais de 100 mil participantes. “Temos grandes atrações artísticas que, a começar pelo show de abertura, com Zé di Camargo e Luciano, com portões abertos na próxima sexta-feira (12)”, aposta Ximenes.

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