Dicas para não perder o poder de compra

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Para 67% dos brasileiros, a redução do poder aquisitivo se deu por conta do aumento de preços nos supermercados

Os brasileiros estão sentindo as contas pesarem mais no bolso. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Genial/Quaest, divulgada no início de maio, 67% dos entrevistados acreditam que o poder de compra caiu de 2023 para cá. 

O principal vilão, na percepção dos entrevistados, está nos supermercados: 73% dos entrevistados afirmaram que houve aumento nos preços dos alimentos. Para 62% os valores das contas de água e luz subiram e foram os responsáveis pela redução do poder de compra, enquanto 48% sentiram a alta do combustível.

Apesar do cenário, boa parte dos participantes está otimista e espera que a economia melhore até 2025 (48%). Outros 30% pensam que a tendência é piorar, enquanto 19% não vislumbram melhora ou piora do cenário. 

Segundo a Serasa Experian, embora o consumidor comum não possa interferir individualmente nos fatores que afetam o poder de compra – inflação ou deflação –, é possível frear os impactos no dia a dia.

Investir para manter o poder de compra

Conforme a Serasa, para minimizar os impactos no poder de compra, é necessário acompanhar os movimentos da economia, observando aspectos como alta da inflação, desvalorização da moeda, crises, alterações na política monetária e decisões do Banco Central.

A principal dica é tentar rentabilizar o próprio dinheiro, usando os índices econômicos a seu favor. Uma alternativa é aproveitar a taxa de juros Selic e fazer um investimento no Tesouro Direto para recompor perdas acima da inflação. 

O Tesouro Selic remunera o percentual total da taxa básica de juros – fixada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em 10,75% – enquanto a inflação anual está estimada em 3,69%.

De acordo com a Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), investir é uma necessidade em tempos de perda do poder de compra, pois o dinheiro parado vai desvalorizar. A orientação é buscar meios de fazê-lo render, considerando, preferencialmente, a renda fixa. 

Certificados de Depósito Bancário (CDBs) que pagam 100% do CDI, fixado em 12,32% ao ano, são boas alternativas, pois conseguem rentabilizar e têm liquidez diária, facilitando o acesso ao dinheiro.

Para quem tem um valor maior, que ultrapassa a chamada reserva de emergência, é aconselhável diversificar a carteira. Na renda variável, exchange-traded funds (ETFs) e brazilian depositary receipts (BDRs) são indicações da Abefin, pois têm lastro internacional. Uma carteira diversificada é capaz de proteger o investidor de possíveis perdas.

Adequar a economia doméstica

Ainda que trabalhar com a economia a seu favor seja um passo importante, readequar os gastos em casa é a principal orientação do presidente da Abefin, Reinaldo Domingos. Para ele, é necessário que toda a família esteja envolvida na tarefa de vencer o desnível financeiro.

Em artigo publicado na imprensa, Domingos afirma que muitas famílias convivem com excessos e desperdícios que podem representar até 50% de tudo o que se gasta. As dicas práticas para reduzir o impacto no poder de compra são trocar marcas, mudar locais de compra e fazer uma economia verdadeira.

“É preciso colocar as mãos na massa, não se pode ficar apático esperando por um milagre ou uma mudança na economia que não acontecerá. Assim, é preciso que os gastos sejam reduzidos para patamares que possam estar em equilíbrio com os ganhos”, orienta.

O que é poder de compra?

De acordo com a Serasa, poder de compra é o mesmo que poder aquisitivo e se trata da capacidade de uma pessoa comprar itens – ou pagar contas – com certa quantia de dinheiro. 

Para além do uso doméstico, quando alguém pode dizer que comprava mais produtos no mercado com R$ 100 há dois anos do que hoje, o poder de compra é um índice econômico, determinado pela paridade entre moedas.

Tal índice é calculado pelo Fundo Monetário Internacional que analisa o valor de um conjunto fechado de bens em dois países – Brasil e Estados Unidos, por exemplo – e a taxa de câmbio nominal.

Outros indicativos populares são os índices Big Mac e iPhone, que comparam os preços do sanduíche e do smartphone em determinado país com o valor nos EUA. Quanto mais caro forem os produtos fora do território estadunidense, menor é o poder de compra do país comparado.

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