Lula critica ‘passagem de R$ 10 mil’ de Macapá a Brasília dizendo que ‘não tem explicação’

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta segunda-feira, (18), o preço das passagens aéreas no Brasil e disse que o governo terá de “se debruçar” sobre o assunto. Ele deu as declarações em Macapá, capital do Amapá, onde foi entregar unidades do Minha Casa, Minha Vida e fazer anúncios na área de energia.

“De vez em quando uma passagem de avião daqui (de Macapá, capital do Amapá) para Brasília chega a custar R$ 10 mil. Não tem explicação”, disse o presidente. “Não tem explicação o preço das passagens de avião neste País. Essa é uma coisa que o governo vai ter que se debruçar, o Senado vai ter que se debruçar para a gente tentar encontrar uma solução”, disse Lula.

O governo do petista planeja um programa para baratear preços de passagens aéreas, o Voa Brasil. A medida era esperada para este ano. O ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, porém, esfriou as esperanças do brasileiro quando disse nesta segunda-feira que ficará para 2024. A pasta anunciou na manhã desta segunda as primeiras medidas para redução dos preços das passagens aéreas. O anúncio, feito em conjunto com representantes das companhias aéreas, foi focado na promessa de maior volume de promoções.

O Voa Brasil foi mencionado pela primeira vez no primeiro semestre deste ano, quando o ministro de Portos e Aeroportos ainda era Márcio França. A ideia seria oferece passagens a R$ 200 para alguns setores da população. Segundo Costa Filho, a apresentação do programa deve ser na segunda quinzena de janeiro.

Ações estruturantes

A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) avaliou em nota, nesta segunda, que o pacote de promoções de passagens feito pelas empresas aéreas em conjunto com o Ministério de Portos e Aeroportos mostra “cooperação do setor aéreo com a agenda de democratização da aviação”. A entidade destaca que “somente com ações estruturantes e de longo prazo o setor poderá efetivamente ter redução de custos”.

A Abear apontou que, “em todo o mundo, as companhias aéreas ainda buscam neutralizar os impactos gerados pela maior crise de sua história” e que o preço das passagens no Brasil segue o movimento global, acompanhando o aumento dos custos do setor.
Em evento em Brasília que reuniu o ministro da pasta Silvio Costa Filho e representantes das principais aéreas que operam no Brasil (Azul, Gol e Latam) apresentaram planos de disponibilidades de assentos a preços promocionais. Já por parte do governo, apesar das expectativas, não foi anunciada nenhuma ação concreta além da manifestação verbal do presidente.

As empresas

Na semana passada, os CEOs da Gol, Celso Ferrer, e da Azul, John Rodgerson, afirmaram em evento para investidores que as conversas com o governo para redução de passagem envolveram três pontos: preço dos combustíveis, alta judicialização do setor e custo de crédito.

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