As dificuldades econômicas pelas quais passam os municípios decorrem dos desequilíbrios no pacto federativo brasileiro: o Governo Federal é “generoso” ao remeter aos municípios atribuições, mas mesquinho na hora de prover os recursos para que os prefeitos possam prestar com qualidade os serviços dos quais se torna responsável, notadamente nas áreas de saúde, educação e infraestrutura. Apenas 18% do que é arrecadado com impostos no país fica com os Municípios. A União fica com a maior fatia, de 57%, e os Estados recebem os 25% restantes. Há anos, os gestores municipais vêm alertando, nas já tradicionais “Marchas à Brasília”, para as dificuldades de arcar com o excesso de responsabilidades sem a devida contrapartida de recursos. Mesmo assim, os prefeitos tem adotado medidas, algumas inclusive impopulares, para arcar com seus compromissos.
A avaliação foi feita pelo vereador Carlito do Gás (PEN), para o qual a Prefeita Délia Razuk (PR) está fazendo uma gestão “realista”. “As coisas vem acontecendo e eu próprio sou um exemplo disso. O Grande Parque das Nações, região que represento na Câmara Municipal, recebeu e vem recebendo diversas obras e serviços. Claro que queremos mais e somos cobrados diariamente, seja nas conversas com moradores como em redes sociais e outros meios. Mas há também muita gente que reconhece os esforços da Prefeita, que tem tomado medidas de contenção como forma de buscar o equilíbrio das contas públicas e buscado meios de garantir a execução de obras e serviços”, ponderou o vereador, avaliando como “sensata” a decisão administrativa de Delia de priorizar a conclusão de obras inacabadas, como o CEIM do Parque I, reformar prédios públicos, firmar parceria com o Governo do Estado para recapeamento das avenidas Joaquim Teixeira Alves, Weimar Torres e Hayel Bon Faker e protocolar projetos no Sistema de Convênios do Governo Federal (SICONV) visando a alocação de recursos juntos aos ministérios, além de buscar recursos de emendas dos deputados estaduais e da bancada federal.
“O fato é que a torneira secou por conta dos cortes do Governo Federal e os prefeitos tem que enfrentar a crise, que como sempre comentamos nos encontros promovidos pela União de Câmaras de Vereadores do estado, não é uma exclusividade deste ou daquele município: é geral e acredito na boa vontade da Prefeita de levar aos bairros obras e serviços que melhorem o dia a dia da população”, concluiu Carlito.