HU amplia oferta de serviços e passa a realizar cateterismo e eletroencefalograma

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Pacientes do Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU-UFGD) agora contam com dois novos procedimentos diagnósticos: neste ano, a instituição passou a realizar cateterismo e eletroencefalograma, opções que proporcionam maior qualidade no atendimento prestado aos usuários, visto que não é mais necessário deslocamento a outras unidades de saúde para a submissão.

A princípio, os exames vêm sendo aplicados à demanda interna do hospital, ou seja, apenas pacientes internados e que necessitam desses diagnósticos estão sendo submetidos aos novos procedimentos. Todavia, tanto o cateterismo quanto o eletroencefalograma estão em vias de serem ofertados a toda a população de Dourados, por meio de pactuação com a rede municipal de saúde.

Para o procedimento de eletroencefalograma, o agendamento via Central de Regulação do Município já começou a ser feito e os primeiros pacientes externos serão atendidos a partir de 20 de março. Ao todo, serão dez exames realizados por semana, além da demanda interna, que gira em torno de quatro procedimentos semanais.

Quanto ao cateterismo, o hospital já solicitou à Secretaria Municipal de Saúde a habilitação para que em breve passe a ofertar o serviço aos usuários da saúde pública de Dourados.

Ambos os serviços se tornaram viáveis após a compra do aparelho de hemodinâmica (para realização de cateterismo) e do eletroencelógrafo, adquiridos com recursos do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), e da contratação de profissionais por meio de concursos públicos geridos pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

Cateterismo

O cateterismo cardíaco é usado para diagnóstico e/ou tratamento de várias condições cardíacas. A razão mais comum é para avaliar a dor no peito, que pode ser sintoma de doença da artéria coronária, sendo o cateterismo o exame ideal para mostrar se está ocorrendo estreitamento ou bloqueio as artérias cardíacas.

No HU-UFGD, o exame passou a ser realizado no mês de janeiro, e a equipe consiste em dois médicos cardiologistas e hemodinamicistas – Daniel Lemos e Alessandro Pina –, uma enfermeira, um técnico em Radiologia e dois técnicos em Enfermagem.

O médico Daniel Lemos, um dos responsáveis pelo procedimento, explica que a demanda é cada vez mais crescente, pois atualmente a obstrução de coronárias é o maior problema de saúde no mundo. “O exame consiste na aplicação de raios-X e contraste, sendo possível avaliar se o paciente que tem dores no peito está com obstrução nas artérias do coração”, esclarece.

Apesar de invasivo, não é um procedimento que ocasiona dor ao paciente durante sua execução, que dura em média 30 minutos. No HU, preferencialmente, os profissionais vêm optando por uma técnica mais recente, na qual o cateter é inserido por via radial (no punho). Para o paciente, é mais confortável que as modalidades braquial (pelo braço) e femoral (pela perna).

Eletroencefalograma

O eletroencefalograma (EEG) é um exame que permite o estudo do registro gráfico das correntes elétricas espontâneas desenvolvidas no cérebro, através de eletrodos aplicados no couro cabeludo, na superfície encefálica. Seu objetivo é investigar suspeitas de epilepsia, avaliação de comas, encefalites e outras enfermidades neurológicas.

O procedimento, que é indolor e sem contraindicações, dura cerca de meia hora e é executado por uma equipe composta por dois médicos neurologistas especializados em Neurofisiologia – Bianca Moraes e Daucyr Pleutin Miranda –, e dois enfermeiros. No HU-UFGD, desde fevereiro o exame vem sendo aplicado a pacientes internos.

A neurologista e psiquiatra Elisabete Castelon, chefe da Unidade do Sistema Neuromusculoesquelético do HU, explica que uma das enfermidades investigadas pelo EEG, a epilepsia, acomete cerca de 1,5% da população brasileira, que, em muitos dos casos, nem chega a ter diagnóstico por ser confundida com problemas emocionais e mentais. “É muito importante ter na rede pública de saúde um exame que auxilia a diagnosticar e tratar uma doença como a epilepsia, frequentemente subestimada pelas pessoas, mas que é totalmente tratável”, conclui.

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