Os ervais que simbolizaram no passado tempos de riqueza hoje passam por crise na produção em Mato Grosso do Sul. No fim do século 19, a erva-mate assumiu papel fundamental no comércio do antigo sul de Mato Grosso. Com a expansão da economia, os ervais nativos deram origem à cidades como Ponta Porã, mas os tempos mudaram.
A cadeia produtiva da erva-mate entrou em decadência nos últimos anos no estado. Segundo um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2001 Mato Grosso do Sul tinha mais de 1.000 hectares cultivados com erva-mate. Em dez anos a área caiu para pouco mais de 300 hectares.
O agricultor Wilson Sanches faz parte da estatística. Grande parte da área em que antes era cultivada a erva-mate agora dá lugar à soja e ao milho. Sanches diz que no cultivo de milho e soja o retorno é imediato, pois de seis em seis meses tem uma colheita. Já a erva-mate são dois anos, o que é para ele inviável ao pequeno produtor.
Por conta da diminuição da produção, um projeto voltado para essa área vai investir cerca de R$ 5 milhões na faixa de fronteira. O objetivo é fortalecer a cadeia produtiva da erva-mate no estado. Segundo a Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), mais de 200 famílias devem ganhar esse incentivo.
Enquanto isso não acontece, a indústria tenta driblar a falta de oferta do produto no mercado.
O Sindicato das Indústrias e Produtores de Erva-mate (Sindimate) diz que a procura continua a mesma, por isso, os produtores recebem mais pela matéria-prima, já que a oferta é menor que a demanda. O reajuste em 2013 foi de 100% e o resultado disso é o aumento do preço ao consumidor final.
