Cerca de 40 mulheres vão participar, na manhã desta quinta-feira (05), de oficina realizada pela Delegacia Federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) em Mato Grosso do Sul. O encontro visa elaborar um novo projeto para viabilizar a autonomia econômica das moradoras do Assentamento Conquista.
O objetivo da oficina é fortalecer e ampliar a produção de hortaliças produzidas pelas agricultoras, utilizando os princípios da agroecologia, bem como fomentar a criação de uma agroindústria de panificação a partir de alimentos já produzidos no assentamento, como batata, mandioca e milho, além das hortaliças. A expectativa da ação é atender 200 mulheres. Apesar de ser direcionado às agricultoras, os homens que tiverem interesse também podem participar do encontro.
O delegado federal do MDA em Mato Grosso do Sul, Gerson Faccina, explica que também serão apresentados às mulheres os meios de capacitação para a comercialização dos alimentos produzidos, como, por exemplo, o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego no Campo (Pronatec Campo), que oferece cursos de educação profissional e tecnológica apoiados pelo MDA. “O foco das oficinas é ajudar as associações na organização e orientação para que elas possam, mais tarde, se enquadrar nos programas de comercialização, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae)”, afirma o delegado.
Durante a oficina, as mulheres vão conhecer o Programa Terra Sol, que viabiliza a geração de renda em projetos de assentamentos de reforma agrária, e aprender sobre a produção de polpas de frutas e certificação participativa. As palestras serão ministradas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Ministério da Agricultura, Pesca e Abastecimento (Mapa) e Associação de Produtores Orgânicos de Mato Grosso do Sul (Apoms).
Renda para mulheres
A frente do grupo de mulheres que fazem parte da Associação de Agricultores Familiares do PA Conquista, que vão participar da oficina e do projeto, está a agricultora familiar Elizabete da Costa, 47 anos. Há 14 anos, a produtora tem, em seu terreno de meio hectare, uma horta orgânica com alface, cebolinha, coentro, tomate e berinjela. Apesar de já ter conseguido comercializar os alimentos, hoje planta somente para o consumo próprio.
Para Elizabete, a iniciativa representa uma nova chance de ter independência e gerar renda para o próprio sustento e da família. “Temos muita expectativa e vontade de aprender. A maioria das mulheres está parada, desacreditada. Nós desejamos ter a nossa própria renda, ter um novo começo, e agora nossa esperança está toda empregada nesse projeto”, ressalta.