Sem Terra ocupam sede do INCRA em Dourados

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Foto: Adriano Moretto/Dourados News
Foto: Adriano Moretto/Dourados News

Trabalhadores rurais ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam na manhã de ontem a sede regional do INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em Dourados. Nas primeiras horas da manhã cerca de 450 pessoas começaram a montar acampamento no local e prometem deixar o local somente depois que as reivindicações deles forem atendidas.

Com a chegada dos manifestantes os servidores do órgão acabaram deixando o local e o atendimento ao público foi suspenso. O INCRA aguarda agora o julgamento de um pedido de reintegração de posse para que os servidores possam voltar ao local de trabalho. O documento foi protocolado ontem na Justiça.

Os integrantes do MST montaram barracas e ocuparam alguns setores do prédio como banheiros e áreas de serviço. Em frente ao prédio também foram montadas tendas. Eles reclamam da lentidão do Governo Federal em resolver a questão agrária. O manifesto faz parte da Jornada Nacional de Protesto do MST e inclui também a reivindicação por mais investimento em Recursos Humanos no Instituto, para que haja mão de obra disponível e os processos caminhem mais rápido.

Um dos manifestantes que se identificou como Naldo do Acampamento, disse que o ato é uma cobrança por tudo que foi prometido e não cumprido. “São mais de 1,5 mil famílias que hoje vivem às margens de rodovias do Estado no aguardo por terras ‘prometidas’ à reforma agrária”.

“Não vamos sair daqui até que essas pautas sejam devidamente encaminhadas pelo INCRA. Não dá mais para a situação ficar como está, e queremos que o INCRA aponte soluções para a situação das sete áreas no Estado que estão encaminhadas para serem distribuídas”, disse ele. Hoje no Mato Grosso do Sul estão sob estudos técnicos os acampamentos: Araras, Furnas, Buriti, Bordon, Córrego Fundo, Saco do Céu e Onoda.

O superintendente do INCRA em Mato Grosso do Sul, Celso Cestari, informou que qualquer negociação com o grupo só será feita depois da desocupação do prédio e após os funcionários terem condições de retomar suas atividades.

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