Três Lagoas perde R$ 3 milhões em investimentos em saúde

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Três Lagoas perde recursos que seriam utilizados para a aquisição de um acelerador linear. (Foto: Divulgação)
Três Lagoas perde recursos que seriam utilizados para a aquisição de um acelerador linear. (Foto: Divulgação)

A Divisão de Convênios do Ministério da Saúde solicitou a devolução de R$ 3 milhões que foram pagos para a Sociedade Beneficente do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora de Três Lagoas. O investimento foi conquistado pelo deputado Geraldo Resende (PMDB), por meio de gestões políticas para a aquisição de um acelerador linear para o município. O Ministério da Saúde alega que o Hospital não tem estrutura para receber o equipamento.

Segundo o relatório do Ministério da Saúde, a entidade não possui estrutura física para a implantação do aparelho, pois não apresenta bunker, ou seja, local apropriado para a instalação segura e funcionamento do acelerador linear. O relatório foi produzido depois de uma visita ao hospital, em outubro do ano passado. O acelerador linear é utilizado para o tratamento de radioterapia de modo a combater o câncer.

Geraldo Resende afirmou que é revoltante quando um determinado gestor tem de devolver valores conquistados em Brasília. “Estamos em um ano de crise, todos os investimentos estão sendo cortados. Quando conquistamos arduamente valores a serem investidos em uma área prioritária com o objetivo de descentralizar e aproximar do paciente o tratamento contra uma das doenças mais tristes, o hospital não consegue apresentar nem o projeto de construção do bunker. É um profundo descaso com a saúde pública”, disse. Na visita ao hospital, os técnicos do Ministério da Saúde constataram a ausência de projetos.

Também consta no relatório da Pasta da Saúde que não foi assegurado pela entidade a destinação mínima de 60% das vagas dos futuros tratamentos para o Sistema Único de Saúde (SUS). “Coloco-me a disposição e luto para angariar este valor por meio de investimentos federais e o Hospital demonstra a intenção de terceirizar o serviço. Uma ação totalmente reprovável. Enquanto Três Lagoas perde esses valores, outros municípios que tinham necessidades iguais também não vão receber”, disse.

A conquista do investimento ocorreu depois de dezenas de audiências no Ministério da Saúde contando com a presença da prefeita Municipal Márcia Moura. Os valores tinham sido empenhados (confirmação de futuro pagamento), parte em dezembro de 2013 (R$ 50 mil), parte em junho de 2014 (R$ 2,95 milhões) e foram pagos integramente em agosto do ano passado.

O Ministério solicitou a devolução dos valores em maio deste ano. “Objetivávamos transformar Três Lagoas em um polo de tratamento contra o câncer para atender toda a região e desafogar Campo Grande. Esse sonho alicerçado por um planejamento regionalizado foi destruído pela não observância das mais comezinhas regras que norteiam o Sistema Único de Saúde”, finaliza Resende.

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