A Aprosoja-MS (Associação dos Produtores de Soja) de Mato Grosso do Sul escolheu a 50ª Expoagro (Exposição Agropecuária Internacional de Dourados) para iniciar o Circuito Aprosoja, destinado a discutir as tendências do mercado da soja mundial para 2015/15.
A abertura do evento foi feita pelo presidente da Aprosoja Brasil, Almir Dalpasquele, pelo presidente da Aprosoja MS, Maurício Koiji Saito, e pelo presidente do Sindicato Rural de Dourados, Marisvaldo Zeuli. Dalpasquele e Saito receberam medalhas comemorativas aos 50 anos da Expoagro. O chefe-geral da Embrapa Agropecuária Oeste, Guilherme Asmus, presente no evento também recebeu a medalha.
Marisvaldo destacou a representatividade de MS no cenário nacional da produção, ao falar da condução de Dalpasquele à Aprosoja Nacional. Estavam presentes no circuito outros diretores da Aprosoja, da Fundação MS e de outras entidades. O auditório estava lotado de produtores.
Dalpasquale parabenizou Marisvaldo pela qualidade da Expoagro. Ao falar do agronegócio no Brasil disse que o Governo não consegue acompanhar o ritmo de desenvolvimento no campo. “Basta uma pequena olhada para ver o quanto estamos na frente, tanto da produção como na gestão”, afirmou.
Destacou uma especial atenção com a questão da biotecnologia, principalmente no caso da criação dos refúgios. Para ele é preciso olhar a legislação que está sendo proposta para o tema com cautela e não com emoção para garantir que o agronegócio sobreviva e continue sendo referência.
O presidente estadual da Aprosoja, Maurício Saito destacou a importância de mais pessoas participarem da liderança nas entidades da classe. “A gente vê que as mesmas pessoas participam de várias entidades; precisamos de mais gente comprometida”, afirmou.
Saito enumerou alguns desafios do agronegócio hoje, entre eles a questão da infraestrutura e logística, que emperra a comercialização da produção, o conceito de trabalho escravo que vem sendo implantado, que pode prejudicar a lida no campo, o direito de propriedade, em função da forma como vem sendo tratada a questão indígena, e biotecnologia, que, segundo ele, exige uma legislação diferente no Brasil, país com dimensões continentais.
Cobrou da classe a atenção para eleger parlamentares comprometidos com o agronegócio e que não se pautem apenas por ideologias. “Se não participarmos vamos ser engolidos”, afirma. Saito elogiou a atuação da bancada do agronegócio no Congresso, que segundo ele, só negocia abertamente.
O palestrante da noite foi Liones Severo, consultor da SIM Consult. Ele é especialista em comercialização de commodities, desde 1970, sendo o brasileiro que comercializou o maior volume de soja na bolsa até hoje. Liones destacou MS como um dos Estados onde o agronegócio está mais desenvolvido.