O irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, José Ferreira da Silva, o Frei Chico, ingressou na Justiça contra publicações que o relacionam ao esquema de descontos ilegais aplicados a aposentados. Vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi) — uma das entidades sob investigação —, ele nega qualquer envolvimento nas irregularidades e diz ser alvo de ataques “falsos e ofensivos” nas redes sociais.
Em nota, Frei Chico voltou a criticar a atuação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), instaurada para investigar o caso. O colegiado rejeitou, na última quinta-feira (16), um requerimento para convocá-lo a depor. Segundo ele, a comissão tem servido de “palco político” e promove “julgamento antecipado”, em vez de buscar esclarecimentos técnicos e imparciais.
“Não temo investigação, mas o que ocorre hoje é um julgamento antecipado, antes mesmo de os fatos serem apurados. É lamentável que parte da CPMI do INSS use esse processo como palco político, em vez de buscar a verdade”, afirmou o sindicalista em nota divulgada à imprensa.
O Sindnapi é apontado pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU) como uma das entidades envolvidas nos descontos associativos cobrados diretamente na folha de pagamento de aposentados, muitas vezes sem autorização. Entre 2020 e 2024, as receitas do sindicato cresceram mais de 500%, o que levantou suspeitas sobre a origem dos valores.
Apesar da ligação institucional, Frei Chico não figura entre os investigados na Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal para apurar os ilícitos. Ele alega que tem colaborado com as autoridades e que repudia “qualquer tentativa de difamação” envolvendo seu nome.
A ação judicial foi protocolada no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) e pede a remoção de postagens que associam o dirigente sindical ao suposto esquema. O irmão do presidente reforçou que continuará atuando em defesa dos aposentados e pensionistas “com transparência e responsabilidade”.