Ao falar da abertura de reunião ministerial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta quinta-feira (15) que, a partir de agora, “vai ser proibido ter novas ideias” e que o governo terá que cumprir o que já foi apresentado. Em fala de 10 minutos, Lula voltou a frisar que as propostas devem passar pela Casa Civil antes de serem anunciadas, e que o governo precisa centralizar os seus esforços de comunicação na Secretaria de Comunicação Social (Secom), liderada pelo ministro Paulo Pimenta.
“Daqui para a frente, a gente vai ser proibido de ter novas ideias. A gente vai ter que cumprir aquilo que a gente já teve capacidade de propor até agora”, discursou na abertura do encontro. Além dos chefes da Esplanada, estão presentes os líderes do governo no Congresso Nacional, os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Segundo Lula, a exceção será a criação de escolas. Citando o ministro da Educação, Camilo Santana, o presidente pediu que ele deixe uma verba reservada para “coisas que não estavam previstas no seu orçamento”. E frisou aos ministros que é importante dizer o que já foi feito por suas pastas, os planos para o futuro e as dificuldades encontradas.
A reunião teve início pelos líderes do Congresso, e depois, os ministros. Cada com 8 minutos para falar, com dois minutos de tolerância. A expectativa é que o encontro tenha mais de seis horas de duração. Apenas a fala de Lula foi transmitida.
Com o cargo ameaçado, a ministra do Turismo, Daniela Carneiro, participa do encontro. Já a ministra do Meio Ambiente e da Mudança do Clima, Marina Silva, não está presente. Ela está em São Paulo realizando exames por conta de fortes dores nas costas, segundo a pasta.
Marina está representada pelo secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, está em viagem e também é representado por seu secretário-executivo.
Recados a ministros
Como nas outras reuniões, Lula passou recados a seus ministros e voltou a frisar que todas as medidas devem passar pela aprovação da Casa Civil. “As políticas todas serão de governo. Por isso, o ministro não pode apresentar uma proposta nem começar a fazê-la sem apresentá-la à Casa Civil. Não é política de ministério, é a política do governo da qual nós fazemos parte”, disse.
Ele também frisou que todas as medidas serão divulgadas, que “nenhuma dificuldade será escondida” e que todas as medidas serão anunciadas para a imprensa. Porém, pediu aos ministros para concentrarem os esforços de comunicação na Secom. A divulgação de medidas sem o diálogo com a Casa Civil e com a Secom já causaram atritos no governo no passado.
“A gente pode fazer divulgação das coisas que a gente faz com muito mais profissionalismo, se a gente tiver o mínimo de educação de fazer as coisas coletivamente”, pontuou Lula. A reunião ministerial de hoje é a terceira do ano e, segundo Lula, deve ser o último encontro ordinário antes do final do ano, quando haverá outra reunião.