Agricultura é o setor com maior aplicação de crédito rural em MS

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Presidente da CREDSEG fez recomendações aos agricultores na hora de contratar crédito em live.(Foto: Arquivo)

No último quadrimestre a produção de grãos em Mato Grosso do Sul manteve sua alta demanda por crédito rural, superando mais uma vez a pecuária. No montante requerido junto às instituições financeiras, 63% foi destinado para a agricultura, no período de julho a outubro de 2020. Apesar da demanda, o volume registrado é 7% inferior ao mesmo período do ano passado, segundo a Associação dos Produtores de Soja e Milho de MS (Aprosoja/MS).

Na hora de acionar crédito a preferência dos produtores rurais ainda é pelos bancos públicos, devido às taxas de juros e condições de pagamento. Do total acessado em outubro de 2020, 64% ocorreu em bancos públicos e restante dividido entre bancos privados, bancos de desenvolvimento e sociedade de crédito, além das cooperativas de crédito.

Durante a live de encerramento do Circuito Aprosoja/MS, nesta quinta-feira (5), o Crédito Rural foi discutido entre os participantes. O palestrante Fernando Pimentel, presidente da Câmara de Crédito, Seguro e Comercialização do Agronegócio, do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Credseg/Mapa), ofereceu algumas dicas. “É necessário que o produtor monte um cadastro realista e detalhado, se possível com imagens de estrutura e segmentação de áreas. E se ele assina muitos contratos diferentes por safra, deve-se buscar uma assessoria jurídica de boa qualidade, para evitar pegadinhas contratuais”.

Participante da live, Adolfo Petry, produtor e diretor da Lucro Rural, valorizou a disponibilidade de crédito no mercado agropecuário, mas disse que há um cenário em transformação. “O crédito é o segundo insumo mais importante na agricultura, o primeiro é a água e em razão disso, as alterações que a lei do agro tem trazido está muito no sentido de que o produtor deve se preparar, cada dia mais, a obter crédito de fontes alternativas que não o crédito oficial e a entrada de fundos e fintechs nesse sentido pode ser uma oportunidade ao produtor reduzir seu custo de captação”

O presidente da Aprosoja/MS, André Dobashi, recomendou que o produtor sempre busque a profissionalização na gestão e contratação de créditos, apontando que isso pode chegar a influenciar na diminuição dos juros. “A gente sabe que tem toda a vantagem de ser produtor rural, como pessoa física. Mas temos que nos assumir uma gestão como se fossemos uma pessoa jurídica, no que diz respeito à gestão do negócio, porque isso traz credibilidade aos players que estão financiando. Quando se empresta dinheiro, a gente precisa saber quem está do outro lado, e se tem capacidade ou organização para pagar e quanto mais o produtor tiver em mãos dados como fluxo de caixa, previsão de despesas, previsão de plantio e colheita, inclusive com dados auditáveis, isso diminui os riscos e, consequentemente, as taxas de juros para aquele tomador de crédito”.

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