Exportação estadual de industrializados registra queda de 17,8% no ano

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DSC_1011A receita com as exportações de produtos industrializados de Mato Grosso do Sul apresentou queda de 17,8% nos primeiros cinco meses deste ano com relação ao mesmo período do ano passado, diminuindo de US$ 1,43 bilhão para US$ 1,17 bilhão, conforme levantamento do Radar Industrial da Fiems. A redução nas vendas para o exterior foi motivada pelas quedas por parte dos grupos “Complexo Frigorífico”, “Extrativo Mineral”, “Óleos Vegetais”, “Couros e Peles” e “Papel e Celulose”, que registraram redução das receitas equivalentes a US$ 142 milhões, US$ 59,5 milhões, US$ 46,4 milhões, US$ 30,6 milhões e US$ 18,1 milhões, respectivamente, totalizando uma queda superior a US$ 296 milhões.

Segundo o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, Ezequiel Resende, quanto à participação relativa do setor industrial sobre tudo o que foi exportado por Mato Grosso do Sul, no acumulado do ano, chegou a 64%. “Com receita equivalente a US$ 236,3 milhões, maio de 2015 registrou o pior resultado para o mês nos últimos cinco anos da série histórica da exportação de produtos industriais de Mato Grosso do Sul, reforçando o quadro de forte desaceleração das vendas externas de Mato Grosso do Sul em 2015. Para se ter uma ideia, na comparação com o mesmo mês do ano passado a queda foi de 35,7%”, pontuou.

Detalhamento

No período de janeiro a maio, 98% da receita total das vendas sul-mato-grossenses de produtos industriais ao exterior ficou concentrada, basicamente, em sete grupos: “Papel e Celulose”, “Complexo Frigorífico”, “Açúcar e Etanol”, “Extrativo Mineral”, “Óleos Vegetais”, “Couros e Peles” e “Alimentos e Bebidas”. A receita de exportação do grupo “Papel e Celulose”, por exemplo, totalizou US$ 431,1 milhões, indicando queda de 4% sobre igual período de 2014, quando as vendas foram de US$ 449,2 milhões, tendo como principal influencia a diminuição das aquisições em importantes mercados compradores da celulose sul-mato-grossense, com destaque para a Coreia do Sul, Estados Unidos, Itália e Holanda, que, somados, compraram US$ 31,1 milhões a menos, quando comparado com igual período do ano passado.

No “Complexo Frigorífico”, a receita de exportação de janeiro a maio de 2015 alcançou o equivalente a US$ 345,2 milhões, apontando queda de 29,1% sobre igual período do ano anterior, quando a receita havia sido de US$ 487,3 milhões. A redução observada se deu, principalmente, por conta da forte diminuição das compras em importantes mercados para as carnes de Mato Grosso do Sul, com maior peso para a Rússia, que sozinha foi responsável por uma redução superior a US$ 118,5 milhões, enquanto na sequência, na mesma condição, aparecem Hong Kong, Arábia Saudita, Chile e Venezuela com menos US$ 22,7 milhões, US$ 8,2 milhões, US$ 5,5 milhões e US$ 5,3 milhões, respectivamente.

Já no grupo “Açúcar e Etanol” a receita de exportação de janeiro a maio de 2015 alcançou o equivalente a US$ 148,7 milhões, crescimento nominal de 47,4% sobre igual período do ano passado, quando as vendas foram de US$ 100,9 milhões. A elevação verificada se deu em função do forte crescimento no volume comercializado de “Outros Açúcares de Cana”, aumento de 73% ou quase 184 mil toneladas a mais que igual período do ano passado. Por fim, os principais compradores até o momento são Rússia com 21,1% ou US$ 31,4 milhões, China com 16,4% ou US$ 24,3 milhões, Bangladesh com 13,3% ou US$ 19,8 milhões, Argélia com 11,3% ou US$ 16,8 milhões, Nigéria com 10,0% ou US$ 14,9 milhões e Iêmen com 6,0% ou US$ 8,9 milhões.

Outros grupos

Quanto ao grupo “Extrativo Mineral” a receita de exportação de janeiro a maio de 2015 alcançou o equivalente a US$ 87,2 milhões, indicando recuo de 40,6% sobre igual período de 2014, quando as vendas foram de US$ 146,7 milhões, um resultado fortemente influenciado pela queda de 48% observada no preço médio da tonelada do minério de ferro. Por fim, os minérios exportados por Mato Grosso do Sul tiveram a Argentina como principal destino com 98,9% do total ou US$ 86,2 milhões.

No grupo “Couros e Peles”, a receita de exportação no período de janeiro a maio de 2015 alcançou US$ 56,9 milhões, indicando queda de 34,9% sobre o mesmo intervalo de 2014, quando as vendas foram de US$ 87,5 milhões. A queda verificada foi influenciada, basicamente, pela redução das compras efetuadas pela China, Itália, Hong Kong e Tailândia que, somados, proporcionaram receita inferior em US$ 29,2 milhões. Por fim, os principais compradores até o momento são China com 34,7% ou US$ 19,7 milhões, Itália com 32,0% ou US$ 18,2 milhões, Vietnã com 10,9% ou US$ 6,2 milhões, Hong Kong com 8,5% ou US$ 4,8 milhões e Estados Unidos com 4,7% ou US$ 2,7 milhões.

Já o grupo “Óleos Vegetais” fechou o período de janeiro a maio de 2015 com receita equivalente a US$ 72,7 milhões, apontando queda de 39,0% sobre o mesmo intervalo de 2014, quando as vendas foram de US$ 119 milhões. O desempenho foi fortemente influenciado pela queda de 64% nas compras realizadas pela Tailândia e Holanda, sendo que os dois países eram os principais destinos das vendas de Mato Grosso do Sul, com participação equivalente a 77,6%. Em valores, a soma das aquisições dos dois principais destinos alcançava US$ 92,3 milhões. Somado a isso, também teve a diminuição do preço médio da tonelada dos principais produtos do grupo, que são as Farinhas e pellets, da extração do óleo de soja e os Bagaços e outros resíduos sólidos, da extração do óleo de soja, que tiveram quedas de 25,5% e 17,0%, respectivamente.

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