Inflação de Campo Grande fecha em 0,60%

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Em abril, a inflação na cidade de Campo Grande foi de 0,60%, índice menor que março, quando chegou a 0,80%. Apesar de ligeira queda, a inflação ainda está elevada se comparada com os números dos primeiros meses de 2013. Para se ter uma ideia, a taxa do mês de abril daquele ano fechou em 0,30%, segundo resultados do Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande.

O coordenador do Núcleo de Pesquisas Econômicas da Anhanguera-Uniderp, Celso Correia de Souza, esclarece que o grupo Alimentação continua sendo foi o grande responsável por essa inflação, mas o setor de carros novos e o etanol também contribuíram para o resultado. “De um modo geral, há forte aumento dos preços em produtos como leite pasteurizado, açúcar, arroz, etc. Os itens hortifrutícolas, apesar de continuarem com alguns valores altos, estão subindo menos ou até caindo. A esperança é que o outono tenha um clima melhor do que a estação passada, favorecendo a produção de alimentos. Também, de forma inusitada, o automóvel novo e o etanol subiram de preços, ajudando na alta da inflação”, explica Souza.

Os grupos Alimentação, Transportes e Vestuário foram os grupos que apresentaram os maiores índices de inflação, de 1,75%, 0,61% e 0,37%, respectivamente. Os outros grupos ficaram com variações dentro da normalidade. O grupo Educação apresentou deflação, de (-0,10%).

Segmentos 

Em abril o grupo Habitação mostrou uma pequena inflação em seu índice, da ordem de 0,16%, em relação ao mês de março. Alguns produtos que sofreram majorações de preços foram: ventilador (13,41%), lâmpada incandescente (5,70%), álcool para limpeza (5,15%), esponja de aço (4,04%), lustra móveis (3,99%), entre outros com menores aumentos. Quedas de preços ocorreram com itens como liquidificador (-5,18%), internet (-4,45%), saponáceo (-1,83%), sabão em pó (-1,16), vassoura (-1,03), entre outros.
O índice de preços do grupo Alimentação apresentou uma fortíssima inflação, da ordem de 1,75%. Os maiores aumentos de preços que ocorreram em produtos desse grupo foram: melancia (15,93%), berinjela (12,89%), presunto (12,64%), entre outros. Registrando altas quedas no valor estão: maçã (-18,53%), beterraba (-18,48%), manga (-16,66%), tomate (-12,84%), entre outros. O coordenador do Nepes da Anhanguera-Uniderp analisa que, por conta da forte influência de fatores climáticos e da sazonalidade de produções, o grupo Alimentação enfrenta variação de preços ao término ou início da safra. “Quando o clima é desfavorável há aumentos de preços, ocorrendo quedas quando o clima se torna favorável”, completa Souza.

 

No item carnes do grupo Alimentação foram constatados aumentos e quedas nos preços. Em relação à carne bovina, sofreram elevações: o fígado (8,63%), o filé mignon (6,74%), a paleta (4,77%), a costela (3,51%), entre outros com menores altas. Reduções de valores ocorreram com o contrafilé (-5,34%), coxão-mole (-1,78%), acém (-0,85%), entre outros. O frango resfriado teve aumento de 2,04% e miúdos de frango, queda de (-2,31%). Quanto à carne suína, teve aumento de preço o pernil, com 2,54%, costeleta teve queda de     (-0,37%) e a bisteca, queda de (-0,28%).

Para Souza, a tendência é que os preços das carnes continuem aumentando, principalmente em relação aos cortes bovinos devido a forte demanda por este produto, o alto volume de exportação e o clima muito irregular neste ano, afetando as pastagens. “Os aumentos de preços das carnes de aves e suína estão ligados, em parte, à substituição da carne bovina e a estabilidade de preços dos insumos para a elaboração de rações de aves e suína”, informou.

No quesito Transportes, o levantamento demonstra uma alta significativa, de 0,61%, devido aos aumentos dos preços do automóvel novo, de 3,08%, do etanol, de 1,71% e das passagens de ônibus interestaduais, de 0,81%.  Queda de preço ocorreu com o óleo diesel (-0,27%).

O grupo Despesas Pessoais também apresentou uma pequena inflação, de 0,17%, puxada por aumentos nos preços de itens como o fio dental (6,95%), absorvente higiênico (5,31%), creme dental (3,51%), entre outros. Porém produtos como xampu   (-3,67%), protetor solar (-3,20%) e papel higiênico
(-0,13%) tiveram quedas nos preços.`

O grupo Saúde foi outro apresentou estabilidade nos preços, com tendência de alta, da ordem de 0,08%. Entre os itens com valores reajustados estão: antimicótico e parasiticida 3%, analgésico e antitérmico 1,68%, antialérgico e broncodilatador 0,78%, entre outros com menores aumentos de preços. Já, os produtos que tiveram reduções de preços foram: hipotensor e hipocolesterínico (-0,86%), anticoncepcional e hormônio (-0,77%), material para curativo (-0,20%), entre outros com menores quedas de preços.

O Grupo Educação apresentou uma pequena deflação, de (-0,10%) devido quedas de preços de produtos de papelaria, de (-0,99%).

O grupo Vestuário também apresentou alta moderada em seu índice, da ordem de 0,37%. Os principais produtos responsáveis foram: calça comprida masculina (2,37%), blusa (1,62%), sandália/chinelo masculino (1,41%), entre outros. Já quedas de preços foram registras em peças como camisa masculina (-2,38%), sandália/chinelo feminino (-1,06%), short e bermuda masculina (-0,82%), etc.

Inflação Acumulada –  Nos últimos doze meses foi registrada em Campo Grande uma inflação acumulada de 5,83%, um número bem acima do centro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) que é de 4,5%. “A inflação acumulada na cidade neste ano de 2014 é de 3,32%, cuja tendência, do nosso ponto de vista, se medidas não forem tomadas para coibir esse aumento, é de que, no final do ano, que ultrapasse a meta do CMN, que é de 4,5% com uma tolerância de 2% para mais ou para menos”, avalia Souza.

Nesses últimos doze meses, as maiores inflações acumuladas por grupos foram: Alimentação 9,83%, Educação 8,11%, Vestuário 6,88%, todas com inflações superiores à inflação acumulada nesses últimos doze meses, de 5,83%. Nestes primeiros meses do ano de 2014 destacam-se os grupos Educação com 7,74% e Alimentação 6,41%, com inflações acumuladas superiores à inflação acumulada do IPC desse ano, de 3,32%. Não houve deflação com nenhum grupo.

Os dez mais e os dez menos do IPC/CG – Os produtos que mais contribuíram para a elevação da inflação do mês de abril foram: leite pasteurizado, automóvel novo, pescado fresco, açúcar, etanol, arroz, batata, bebidas não alcoólicas, costela e frango congelado. Já os dez itens que mais colaboraram para a queda da inflação nesse período, em Campo Grande, foram: maçã, contrafilé, tomate, laranja pera, xampu, papelaria, acém, sabão em pó, camisa masculina e repolho.

O Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC/CG) é divulgado, mensalmente, pelo Núcleo de Pesquisas Econômicas da Universidade Anhanguera-Uniderp.

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