A receita com as exportações de produtos industrializados de Mato Grosso do Sul registrou em outubro uma nova queda e está 24,5% menor que nos primeiros dez meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, diminuindo de US$ 3,14 bilhões para US$ 2,37 bilhões, conforme levantamento do Radar Industrial da Fiems. Em relação ao volume, no acumulado do ano, a queda foi de 21,6%, enquanto em relação à participação relativa, nos últimos dez meses, o percentual atingiu 60% de tudo que foi exportado pelo Estado no período.
Com receita equivalente a US$ 237,4 milhões, outubro de 2015 registrou o pior resultado para o mês dos últimos cinco anos da série histórica da exportação de produtos industrializados de Mato Grosso do Sul, uma queda nominal de 30,3% em relação ao mesmo mês de 2014, quando o valor foi de US$ 340,6 milhões. De janeiro a outubro de 2015 as maiores reduções ocorreram nos grupos “Extrativo Mineral”, “Complexo Frigorífico”, “Papel e Celulose”, “Couros e Peles”, “Óleos Vegetais” e “Açúcar e etanol”, que proporcionaram, no comparativo com igual período de 2014, redução das receitas equivalentes a US$ 310 milhões, US$ 294 milhões, US$ 60,2 milhões, US$ 60,1 milhões, US$ 28,3 milhões e US$ 19,5 milhões, respectivamente, totalizando uma queda superior a US$ 772 milhões.
Segundo o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, Ezequiel Resende, no período de janeiro a outubro, 97,6% da receita total das vendas sul-mato-grossenses de produtos industrializados ao exterior ficou concentrada, basicamente, em sete grupos: “Papel e Celulose”, “Complexo Frigorífico”, “Açúcar e Etanol”, “Óleos Vegetais”, “Extrativo Mineral”, “Couros e Peles” e “Alimentos e Bebidas”. “A receita de exportação do grupo Papel e Celulose totalizou US$ 862,9 milhões, indicando queda de 6,5% sobre igual período de 2014, quando as vendas foram de US$ 923,1 milhões. O resultado verificado teve como principal influência a diminuição das aquisições em importantes mercados compradores da celulose sul-mato-grossense, com destaque para a Holanda, Vietnã, Itália, Estados Unidos, Coreia do Sul e França”, informou.
Detalhamento
No “Complexo Frigorífico”, conforme Ezequiel Resende, a receita de exportação de janeiro a outubro de 2015 alcançou o equivalente a US$ 731,6 milhões, apontando queda de 28,7% sobre igual período do ano anterior, quando a receita havia sido de US$ 1,03 bilhão. “A redução observada se deu, principalmente, por conta da forte diminuição das compras em importantes mercados para as carnes de Mato Grosso do Sul, com maior peso para a Rússia, que sozinha foi responsável por uma redução superior a US$ 246 milhões. Na sequência, na mesma condição, aparecem Hong Kong, Japão, Arábia Saudita e Holanda com menos US$ 61,9 milhões, US$ 16,3 milhões, US$ 6,7 milhões e US$ 4,1 milhões, respectivamente”, detalhou.
O grupo “Açúcar e Etanol” teve como receita de exportação de janeiro a outubro de 2015 o equivalente a US$ 282,1 milhões, queda nominal de 6,5% sobre igual período do ano passado, quando as vendas foram de US$ 301,6 milhões. “O resultado foi influenciado, principalmente, pela diminuição das compras realizadas pela Malásia, Geórgia, Argélia, Emirados Árabes Unidos e Uruguai, que, somadas, reduziram em quase 132 mil toneladas o volume do açúcar comprado de Mato Grosso do Sul. Em valores, a queda foi superior a US$ 50,0 milhões. Outro fator com bastante peso no desempenho apresentado foi a redução de 17% no preço médio da tonelada do produto”, explicou o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems.
Já o grupo “Óleos Vegetais” fechou o período de janeiro a outubro de 2015 com receita equivalente a US$ 163,9 milhões, apontando queda de 14,7% sobre o mesmo intervalo de 2014, quando as vendas foram de US$ 192,2 milhões. “O desempenho foi fortemente influenciado pela queda de 54% nas compras realizadas pela Holanda, Tailândia, França e Reino Unido, sendo que os quatro países estavam entre os cinco principais destinos das vendas de Mato Grosso do Sul, com participação equivalente a 72%. Em valores, a soma das aquisições desses países alcançava US$ 137,7 milhões. Somado a isso, também houve a diminuição do preço médio da tonelada dos principais produtos do grupo”, acrescentou Ezequiel Resende.
Mais grupos
Quanto ao grupo “Extrativo Mineral”, ele explica que a receita de exportação de janeiro a outubro de 2015 alcançou o equivalente a US$ 159,1 milhões, indicando recuo de 66,1% sobre igual período de 2014, quando as vendas foram de US$ 468,9 milhões. “Resultado fortemente influenciado pela queda de 53% no preço médio da tonelada do minério de ferro, bem como pela redução de 39% no volume comercializado do produto. Em valores, o preço médio da tonelada caiu de US$ 71,9 em 2014 para US$ 33,7 em 2015. Já em relação ao volume, o total vendido em 2015, até o momento, alcançou o equivalente a 3,6 milhões de toneladas, contra 5,9 milhões de toneladas no mesmo período do ano passado”, assegurou.
Com relação ao grupo “Couros e Peles”, o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems informa que a receita de exportação no período de janeiro a outubro de 2015 alcançou US$ 99,3 milhões, apontando queda de 37,7% sobre o mesmo intervalo de 2014, quando as vendas foram de US$ 159,4 milhões. “A redução verificada foi influenciada, basicamente, pela diminuição das compras efetuadas pela China, Itália, Hong Kong, Tailândia e Vietnã, que, somadas, proporcionaram receita inferior em US$ 48,3 milhões. Por fim, os principais compradores até o momento são China, Itália, Hong Kong e Vietnã”, citou.
O grupo “Alimentos e Bebidas” fechou o intervalo de janeiro a outubro de 2015 com receita equivalente a US$ 19,9 milhões, uma redução de 12,9% na comparação com igual período de 2014, quando as receitas foram de US$ 22,8 milhões. “A queda foi influenciada, basicamente, pela redução das compras feitas pela Bolívia e Alemanha, que, somadas, proporcionaram receita inferior em US$ 10 milhões. É importante ressaltar que, no mesmo período do ano passado, os dois países respondiam por 63% das vendas totais de Mato Grosso do Sul ao exterior neste segmento”, finalizou Ezequiel Resende.