Na contramão das perspectivas negativas para o próximo ano, o cenário do setor industrial em Mato Grosso do Sul caminha para uma recuperação em 2016 na comparação com 2015, com projeção de crescimento do PIB industrial em 11,7%, saindo de R$ 16,5 bilhões para R$ 18,4 bilhões, conforme avaliação do presidente da Fiems, Sérgio Longen, com base nos dados levantados pelo Radar Industrial, apresentados em entrevista coletiva nesta sexta-feira (18/12), no Edifício Casa da Indústria, em Campo Grande (MS).
“A situação que se desenha para 2016 é otimista e realista. É uma perspectiva feita com os pés no chão. Os números demonstram que o nosso trabalho tem rendido frutos e acredito que 2015 só não foi pior em razão das empresas que chegaram ao Mato Grosso do Sul”, declarou Sérgio Longen.
Ainda de acordo com os dados do Radar Industrial, o valor da produção do setor deve aumentar em 9%, indo de R$ 39,5 bilhões para R$ 43,3 bilhões, na mesma comparação, enquanto as exportações de produtos industrializados também terão alta de 9%, aumentando de US$ 2,78 bilhões para US$ 3,02 bilhões. Já a quantidade de estabelecimentos industriais terá um salto de 0,5%, saindo de 11.656 para 11.715, e o número de trabalhadores no setor apresentará uma elevação de 1,6%, elevando-se de 126.500 para 128.500 no período avaliado.
Sérgio Longen salienta que, em linhas gerais, os números em outros Estados não se aproximam dos alcançados pelo setor industrial de Mato Grosso do Sul, ficando bem aquém dos apresentados. Ele destacou ainda que a soma de esforços favoreceu a vinda de novos investidores, citando o Governo do Estado e prefeituras como importantes parceiros. “Um aspecto de destaque é que já não temos mais a concentração de grandes empresas em um só local, o trabalho que está sendo feito tem contemplado o desenvolvimento regional”, disse, citando a pulverização dos novos empreendimentos por vários municípios sul-mato-grossenses.
Ano franco
O presidente da Fiems também fez um balanço do setor industrial em 2015 na comparação com 2014 e destacou que os números não foram positivos em decorrência da crise econômica nacional. Para se ter uma ideia, apenas o PIB Industrial e o valor da produção industrial apresentaram crescimento no período, enquanto os outros indicadores registram queda, com destaque para as exportações, que despencaram de US$ 3,68 bilhões em 2014 para US$ 2,78 bilhões em 2015, queda de 24,5%.
Já o número de trabalhadores da indústria teve redução de 6,1%, saindo de 134.683 empregados com carteira assinada para 126.500 no período de 2014 a 215. Na quantidade de empresas do setor industrial instaladas no Estado, a queda foi de 0,37%, na mesma base de comparação, saindo de 11.700 para 11.656 estabelecimentos. Por outro lado, o valor da produção industrial cresceu 11%, indo de R$ 35,7 milhões para R$ 39,5 bilhões, enquanto o PIB Industrial teve crescimento de 11,9%, aumentando de R$ 14,8 bilhões para R$ 16,5 bilhões.
Na análise de Sérgio Longen, em 2015, a economia foi marcada pelo aumento dos juros, inflação acima do teto, menor crescimento do consumo e produção industrial em ritmo lento. “Nós entendemos que caminhamos com números até razoáveis, porém preocupantes, até porque a indústria nacional não vai bem e, na sequência, o setor no nosso Estado também foi nessa direção. Agora, o nosso grande desafio é apostar nos investimentos planejados para 2016 para que, desta forma, em uma ação bem coordenada, a gente consiga obter crescimento no próximo ano, mantendo a qualificação profissional para atender as empresas instaladas ou que pretendem se instalar e, dessa forma, possam ser mais competitivas”, disse.
Apoio à produção
Para 2016 o desafio do Sistema Fiems é chegar aos 79 municípios de Mato Grosso do Sul, com projeção de oferecer 182.444 vagas em 338 cursos disponibilizados pelo Sesi, Senai e IEL. Neste ano as ações do Sistema Indústria foram disponibilizadas em 62 municípios, com 336 cursos e 188.878 vagas preenchidas. “Nossa missão é fazer com o Sesi, Senai e IEL atuem para dar suporte ao setor industrial de que forma que favoreça a consolidação das nossas indústrias”, disse o presidente Sérgio Longen.
Ele também destaca as obras em andamento realizadas pelo Sistema Fiems, citando a ampliação do Senai de Campo Grande, com investimentos de R$ 18.084.357,72 e da Escola da Construção, com investimento de R$ 11.431.200,00. Em Dourados, o Laboratório Físico-Químico de Alimentos do Senai, com investimento de R$ 5.324.352,74, e, em Três Lagoas, a Escola do Sesi, com R$ 30.353.630,63 de investimento, e o Instituto Senai de Inovação em Biomassa, com investimento de R$ 22.790.327,14.