Reitora da UFGD participa de audiência pública sobre Educação Indígena

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Reitora participou co evento em Brasília e falou das experiencias da UFGD.(Foto:Divulgação)

A reitora da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Liane Maria Calarge, esteve em Brasília na manhã desta terça-feira (17) participando da audiência pública realizada pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. Com o tema “Educação Indígena”, a audiência contou com a presença maciça das diferentes etnias participantes do III Fórum Nacional de Educação Indígena, que tiveram a oportunidade de apresentar à Comissão as condições e dificuldades regionais que enfrentam as escolas indígenas. Implementar metodologias diferenciadas e interculturais que respeitem as especificidades da educação indígena é o principal desafio.

Durante a audiência, a reitora da UFGD reafirmou seu compromisso com os Guarani-Kaiowá do Mato Grosso do Sul e povos indígenas de todo o país. Liane coordena um grupo de trabalho na Andifes, juntamente com os demais reitores de universidades que possuem licenciaturas interculturais, que tem por objetivo incorporar esses cursos às matrizes orçamentárias das universidades. “É a única forma de acabarmos com a instabilidade de orçamento direcionado a essas licenciaturas e garantir a continuidade dos cursos”, afirmou a reitora.

Na UFGD, o Teko Arandu -Licenciatura Intercultural Indígena é um curso com pedagogia de alternância, o que significa que os estudantes têm aulas tanto na universidade, para aprender o saber acadêmico, quanto em suas comunidades, para aprimorar o saber tradicional. “Isso faz com que seja um dos cursos mais caros, porém se planejarmos corretamente e ele for incluído em nossa matriz orçamentária, não haverá mais essa insegurança da manutenção ou não do curso na UFGD. Eu gostaria que isso ficasse definido antes do final de nossa gestão e a reitoria está de portas abertas à Faculdade Intercultural Indígena (FAIND). Conto com o apoio e mobilização dos estudantes do Teko para atingirmos juntos esse objetivo”, finalizou Liane.

Coordenadora do Fórum e professora da FAIND, Teodora de Souza Guarani, dialogando com a proposta da reitora, salientou que paralelos aos avanços dos últimos anos, há muitos desafios pela frente, e a permanência dos estudantes indígenas na universidade é um deles. “Além disso, a lei é clara quando diz que a educação é direito de todos, ela não faz distinção entre crianças que vivem em terras demarcadas ou em acampamentos beira de estrada. Hoje nós temos muitas crianças indígenas sem acesso à educação, se não mudarmos essa realidade, como é que elas irão se tornar jovens universitários?”, provocou a professora. FAIND/UFGD como exemplo.

A deputada federal (PT-DF) Érika Kokay pediu a palavra durante a audiência para chamar a atenção para os conflitos agrários recorrentes no Mato Grosso do Sul e destacou a UFGD como exemplo a ser seguido. “Estive duas vezes em Dourados e a FAIND foi uma das coisas mais belas que eu já vi. Participei das discussões para implementação das cotas indígenas na UnB e considerei a experiência da UFGD com muito carinho e muito cuidado. Nós corremos muitos riscos, inclusive o da não existência das universidade públicas, e experiências como essas podem ser vergadas ou serem impedidas de se desenvolver. Então é muito importante ter acesso a um conhecimento que respeite a diversidade, que respeite o saber próprio dos povos e a UFGD faz isso muito bem”, destacou a deputada.

Compuseram a mesa de autoridades, além de Liane Maria Calarge e Teodora de Souza Guarani, a  diretora de Políticas de Educação do Campo, Indígena e para as Relações Étnico-raciais do MEC, Rita Gomes do Nascimento – indígena Potiguara, representante da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Paulo da Silva Karaí -indígena Guarani Mibiá, os deputados João Daniel (PT-SE), propositor da audiência e Paulão (PT-AL), presidente da mesa.

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