O Tribunal de Justiça Desportiva de Mato Grosso do Sul (TJD-MS) condenou Cícero dos Santos, ex-dirigente do Naviraiense e identificado na denúncia como torcedor do clube, a 50 dias de suspensão de praças esportivas, após ser acusado de injúria racial contra o árbitro Francis da Silva Bandeira.
O episódio ocorreu durante uma partida em que, segundo relato do árbitro, Cícero proferiu ofensas de cunho racista. Após o incidente, o delegado da partida, Neuri Carvalho, representante da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS), acionou a Polícia Militar. No entanto, o acusado fugiu do local antes da chegada dos agentes. O árbitro registrou boletim de ocorrência, e o caso também será apurado na esfera criminal.
Apesar da gravidade da acusação, o Naviraiense, clube ao qual Cícero foi vinculado anteriormente, não sofreu qualquer penalização no julgamento, o que gerou críticas por parte de integrantes do meio esportivo. A decisão reacendeu debates sobre a disparidade de critérios adotados pela Justiça Desportiva.
Em um caso recente, por exemplo, um torcedor da Portuguesa foi punido com 720 dias de suspensão por ofensas e ameaças à árbitra Rosane Espinosa — uma penalidade significativamente mais severa que os 50 dias aplicados a Cícero, mesmo diante de uma acusação de injúria racial.
Clube pode ser denunciado novamente
Mesmo tendo escapado de sanção neste caso, o Naviraiense poderá enfrentar nova denúncia no TJD-MS. O clube é acusado de não quitar pagamentos devidos a equipes de arbitragem em pelo menos duas partidas de categorias de base, o que pode configurar infração administrativa passível de punição.