Operação prende 9 chefes de polícia suspeitos de ajudar tráfico no Paraguai

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Até propriedades rurais foram visitadas pelos agentes nesta terça=feira. (Foto: SENAD)

Policiais da SENAD, a polícia antidrogas e fiscais do Ministério Público do Paraguai, desencadearam nas primeiras horas desta terça-feira (24), uma grande ação definida como “Operação Dignidade” de caça a traficantes e policiais suspeitos de proteção ao narcotráfico em diferentes pontos do país. Até o final da manhã, nove policiais suspeitos de acobertarem traficantes de drogas e que até liberariam cargas em troca de grandes somas de dinheiro haviam sido presos. Os policiais foram investigados por vários meses e existem gravações e filmagens que comprovam a cumplicidade de cada um.

As forças conjuntas da Secretaria Nacional Antidrogas, o Ministério Público e a Polícia Nacional agora realizam buscas e prisões em várias áreas do Paraguai. A operação começou no início do ano, no norte do país, quando quase três toneladas de cocaína foram apreendidas em 9 meses. Na manhã de hoje, os agentes fiscais Hugo Volpe, Alicia Sapriza, Fabiola Molas, Marcos Amarilla e Armando Cantero lideram buscass nas propriedades rurais e delegacias de polícia.

O Ministério Público publicou que os policiais detidos são Edelio Celso Loreiro Garcia, vice-comissários Pedro Molinas e Rubén Darío Duarte Jacquet, suboficial Mario Figueroa Velázquez (Antinarcótico de Concepção), Carlos Éver Navarro Morales e Venancio Bolaños Torres. Estes dois últimos pertenciam à 15ª Delegacia de Puentesiño.

Também Pablo César Morales, Luis Carlos Gómez Santacruz e Sebastián Ramón Silva também foram presos. As ações foram realizadas em Assunção, Pedro Juan Caballero, Puentesinho, Concepción e San Carlos.

Alguns dos presos ocuparam posições importantes no Departamento Antinarcóticos e até na Diretoria de Combate ao Crime Organizado, afirmou o promotor Hugo Volpe.

A mesma autoridade confirmou que, por mais de um ano, estavam em busca dos rastros desses homens e têm vários áudios que os enquadravam e nos quais ficou provado que eles mesmos ligaram para “se tornar disponíveis” ou solicitar subornos grandes para liberar remessas de drogas. Os pedidos de dinheiro de criminosos seriam de cerca de 200 mil dólares.

O procurador-adjunto Marcos Alcaraz chefiou a operação em Amambay e, em entrevista coletiva, anunciou que ele próprio comunicaria sua prisão a Venâncio Bolaños, quando foi convocado para se encontrar com seu diretor de polícia. “Ele disse que não sabia por que estava sendo preso”, acrescentou o agente.

O suboficial Bolaños será encaminhado para Assunção e depois disponibilizado à Corte e ao Ministério Público. O promotor Alcaraz também ressaltou que nessa busca apreendidos vários celulares que serão analisados.

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