Presidente do Paraguai muda comando da Polícia Nacional após assassinato de jovem 

-

Piloto foi acusado de ter matado a jovem paraguaia. (Foto: Divulgação)

O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, convocou uma reunião com o Conselho de Segurança Interna, na manhã deste domingo, para discutir o assassinato de Lidia Meza Burgos, 18 anos, pelo narcotraficante Marcelo Pinheiro Veiga, o “Marcelo Piloto”, dentro do Grupamento Especializado da Polícia Nacional neste sábado (17). No Twitter, Mario Abdo Benítez anunciou no começo da tarde de hoje (8) a troca de comando na Polícia Nacional. “Tomamos a decisão de substituir o Comandante e o Subcomandante da Polícia Nacional”, escreveu.

Conforme a imprensa paraguaia, o crime seria “uma medida extrema para “Marcelo Piloto” evitar sua extradição para o Brasil”. Ele, que é apontado com um dos líderes da facção Comando Vermelho (CV), é condenado pela Justiça do Rio de Janeiro a uma pena de 26 anos. Já no Paraguai, ele está preso por homicídio e falsificação de documentos, mas foi aberto um processo para sua extradição, atendendo a pedido da Justiça brasileira.

A jovem assassinada por Marcelo Piloto trabalhava como cuidadora de uma idosa de 90 anos, segundo informações do pai da vítima, Francisco Meza, ao jornal La Nación. “Ela é nossa última filha, uma das mais mimadas”, declarou o pai ao canal de notícias C9N.

Ao Última Hora, Francisco explicou que a filha trabalhava durante a semana e tinha os fins de semana livres. “Ela saía do trabalho e ia para casa, dormia com a mãe”, disse o pai emocionado ao portal de notícias. Ele acrescentou que sua filha também recebeu muito amor dele e de sua esposa.

Segundo Meza, a filha havia voltado para o Paraguai há dois meses e havia conseguido o emprego há um mês. Ela estava na Argentina, onde a família morou por alguns anos. Ele disse desconhecer o vínculo de Lídia com o narcotráfico, mas assegurou ao Última Hora que não permitirá que o crime fique impune.

Os registros anteriores mostram que esta foi a segunda visita que a jovem fez ao chefe da facção criminosa. A primeira vez foi em 17 de outubro, relatou o NoticiasPy. O brasileiro teria usado uma faca de mesa para golpear seguidamente Lídia Meza Burgos. Após ouvir gritos, os agentes foram ao local e encontraram a mulher ensanguentada. A vítima chegou a ser levada para um hospital em Assunção, mas não resistiu.

Na última semana, Piloto havia dado uma entrevista denunciando o pagamento de propinas a autoridades policiais paraguaias em troca de proteção. Um dia após a coletiva, as autoridades do Paraguai divulgaram um vídeo em que o CV ameaça matar a procuradora-geral do Paraguai, Sandra Quiñonez, em represália à ação dela pela extradição de Marcelo Piloto.

Na segunda-feira, a advogada dele, a argentina Laura Marcela Casuso, que organizou a coletiva, foi executada em Pedro Juan Caballero, na fronteira com o Brasil. Na fronteira, a execução de Laura Casuso é vista como represália de autoridades.

plugins premium WordPress