Estudantes brasileiros que cursam medicina na Bolívia e principalmente no Paraguai estão sendo alvos de quadrilhas causam prejuízos para universitários desavisados que são iludidos com a promessa de vaga ou transferência para universidades brasileiras. O sonho de concluir o curso iniciado no exterior no Brasil se transforma em pesadelo e podem custar de R$ 35 mil a R$ 150 mil para aqueles que se atrevem a negociar com os golpistas que oferecem vagas que não existem principalmente em universidades públicas.
Em Ponta Porã, Zanja Pytã e Pedro Juan Caballero não é difícil encontrar alguém que conheça uma pessoa que já passou por isso e além de perder o dinheiro ainda acabam sem condições de continuarem cursando medicina na fronteira.
A capixaba R.T de 23 anos que pediu para ter o nome divulgado, disse que ainda não se recuperou financeiramente e psicologicamente. Iludida por um agenciador ela vendeu o carro e ainda usou um empréstimo e caiu no golpe que custou cerca de R$ 85 mil. Hoje a jovem que veio para a fronteira com o sonho de voltar para casa como médica, trabalha em uma revendedora de carros usados e usa parte do que ganha para saldar a dívida com o banco. “Está sendo difícil e não tenho sequer coragem de voltar para casa. Vou continuar trabalhando e depois de melhorar a situação vou tentar concluir o curso interrompido no sétimo semestre”, disse ela.
Várias denúncias deste tipo de golpe já foram registradas nas delegacias da região e na Polícia Nacional do Paraguai e algumas pessoas estão sendo investigadas e os inquéritos estão em andamento tanto no Brasil como no Paraguai.
Recentemente um casal foram presos pela Polícia Civil no Rio de Janeiro acusado de aplicar golpes em vários estados. Eles cobravam entre R$ 35 mil e R$ 150 mil para as famílias dos estudantes que queriam parar de estudar no exterior, em países como: Paraguai e Bolívia, e pretendiam entrar direto em uma universidade federal em vagas remanescentes.
Uma família de Rio Branco no Acre desembolsou R$ 82 mil para o casal transferir dois irmãos que estudavam no Paraguai para uma universidade no Paraná.
O negócio é muito lucrativo e com o casal que morava em uma área nobre em Campos de Goytacazes no Rio de Janeiro foram apreendidos veículos de luxos e dinheiro muito dinheiro em espécie.
De acordo com o site A Gazeta.Net, A polícia já conseguiu identificar 20 vítimas da dupla em diferentes estados, mas o número pode ser bem maior, já que esse golpe vem sendo aplicado desde 2016. O esquema era o mesmo, assim que a pessoa fazia o pagamento eles não atendiam mais as ligações telefônicas e nem respondiam as mensagens.
“Para entrar em uma universidade pública nas vagas remanescentes a pessoa precisa passar por uma prova, disputando as vagas com outros interessados. Não existe vaga a ser vendida, por isso quem buscou negociar com a dupla pode ter agido de má fé, também cometendo um crime”, disse o delegado Judson Barros da 3º Delegacia Regional de Campos de Goytacazes.