Operação da Polícia Civil contra o desvio de bebidas, levou a uma fortuna escondida em uma caixa térmica durante cumprimento de mandados da Operação Ceres, que investiga associação criminosa que desviava bebidas da fábrica da Ambev em Cuiabá, Mato Grosso. Vídeos gravados pelos agentes mostram a caixa lotada de notas de Reais. O objeto estava “escondido” sob uma capa protetora. O grupo criminoso cometeu um prejuízo estimado em quase R$ 12,8 milhões, conforme a Polícia.
A reportagem questionou a assessoria de imprensa sobre o montante encontrado na caixa, mas foi informada que os valores só serão divulgados à tarde. O montante apreendido será revelado na tarde desta quarta-feira (13). Segundo a Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Cuiabá, responsável pela investigação e operação, o grupo é investigado por associação criminosa, lavagem de dinheiro, furto qualificado, receptação qualificada e falsidade ideológica.
Na operação, foram empregados noventa policiais civis, que atuaram em diversos endereços na Capital para cumprir 18 buscas e apreensões domiciliares; 19 buscas e apreensões de computadores e aparelhos celulares e quebra do sigilo telemático; 6 ordens de sequestro e arresto de bens móveis; 4 ordens de quebra do sigilo bancário e fiscal e uma ordem de penhora no valor de R$ 12,7 milhões.
A investigação da Polícia Civil teve início com o recebimento de uma denúncia da Associação Brasileira de Combate à Falsificação apontando que estavam ocorrendo desvio frequentes de lotes das marcas Budweiser, Skol, Antártica, Brahma e Stella Artois da empresa fabricante.
Os desvios eram praticados por funcionários da cervejaria e de duas empresas que prestam serviços de logística à fabricante. A execução dos crimes contava com a participação de empregados que atuavam nas funções de conferencistas, porteiros, motoristas, ajudantes de motorista, carregadores, entre outros.
O grupo envolvido desviava mercadorias que eram devolvidas por clientes da cervejaria. Para isso, era falsificada uma declaração por parte do conferencista e do porteiro confirmando que houve a entrada dos lotes de cerveja na fábrica. Em seguida, as cargas das bebidas eram desviadas aos receptadores. Os lotes de cervejas seguiam, então, para os receptadores, um deles, distribuidora localizada na Avenida Arquimedes Pereira Lima, no bairro Jardim Renascer. Dois funcionários da distribuidora tinham conhecimento do esquema criminoso.