Capitão é definido como torturador e atuou para defender tenente em outra morte

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O capitão Bombeiro Daniel Alves de Moura e Silva, o “D.Alves” ou “D.Louco”, apontado como o oficial que promoveu as sessões de afogamento no aluno soldado Lucas Veloso Perez, (27), provocando sua morte durante treinamento em água, na manhã de terça-feira (27), é apontado como um verdadeiro torturador. Ele também já é conhecido por outro episódio que marcou a história da Corporação, a morte do aluno Rodrigo Claro, em 2016.

 Capitão Alves, na época tenente, foi uma das testemunhas de defesa de Ledur, acusada de torturar e matar Claro. Em denúncia recebida com exclusividade pelo jornal A Gazeta, são relatadas situações de risco de morte enfrentadas pelos alunos do curso, além de humilhações, punições absurdas, falta de alimentação e carga horária exaustiva.

No sábado (24), um dos alunos sofreu uma série de convulsões e caiu à margem da rodovia Palmiro Paes de Barros, durante corrida com percurso de nove quilômetros, sob o comando do oficial, às 14h, sob sol escaldante. Mesmo o aluno dizendo que estava passando mal, foi obrigado a continuar quando o D. Alves o acusou de “frouxura”.

O aluno caiu e ficou convulsionando à beira do asfalto enquanto um sargento teve que retornar até a Lagoa Trevisan para buscar a ambulância que estava estacionada a quilômetros de distância, às margens da lagoa e não acompanhava os alunos. Outro relato, já em treinamento aquático, aponta que um aluno desesperado com as sessões de afogamento impostas pelo oficial, disse que iria desistir do curso, que não queria mais ficar na água. Mesmo exaurido, não teve qualquer ajuda e D. Alves disse que se ele queria desistir, que saísse da água nadando, não oferecendo ajuda com o barco que estava no local para essa finalidade.

O discurso do oficial nas aulas é de que não tem medo de perder a farda. Falava que o aluno precisa se afogar para aprender a salvar e que o guarda vida só precisa de dois neurônios: um para correr e outro para nadar. Por isso, as aulas de salvamento aquático eram de muita corrida e muita natação. “Ele não se importava com a segurança de ninguém”, aponta a denúncia, onde os responsáveis dizem que apesar do medo, o sentimento por Justiça é maior entre os soldados dos Bombeiros que querem que a verdade prevaleça e que a corporação volte a gozar da boa imagem que a maioria de seus integrantes merece.

Gazeta Digital

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