A investigação da polícia começou há oito meses. Ao todo, foram apreendidas oito toneladas de maconha na operação. A cidade de Coronel Sapucaia (MS) era uma das portas de entrada da droga, que era vendida para todo o Brasil. Os bandidos estocavam a maconha em casas da cidade, e de Dourados (MS), município vizinho.
O transporte dos entorpecentes era feito em carros roubados em Goiás e São Paulo, onde eram abastecidos e levados até o Mato Grosso do Sul. Segundo investigadores, alguns carros também eram levados em caminhões cegonha, misturados a outros veículos, para não levantar suspeitas. Uma característica da associação é que ela sempre usava veículos de luxo no transporte.
Nas estradas, a quadrilha mantinha olheiros que avisavam os motoristas que viajavam com a maconha se havia polícia por perto. Já a logística dos carros que transportavam a droga, muitas vezes, era coordenada por pessoas que já estão presas. Os detentos negociavam tudo de dentro dos presídios, por celular.
Em escutas telefônicas, feitas com autorização da Justiça, os integrantes da quadrilha aparecem negociando armas. Um dos presos aparece em uma ligação telefônica fazendo planos com o lucro do tráfico de drogas:
Detento: Quero sair da cadeia e sair com pelos menos uns R$ 500 mil.
Mulher: Eu tô ligada.
Detento: Daqui a dez dias, eu estou na rua. Eu não vou mais morar no Brasil, não.
Mulher: Quer morar onde, amigo?
Detento: Vou morar em outro paisinho, aí. Já está tudo acertado. Já comprei casa pra lá.