O superintendente regional da Receita Federal, Erivelto Alencar, disse em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (11/7), que o objetivo da operação “Fronteira MS” é reduzir os crimes que afetam as cidades sul-mato-grossense que fazem fronteira com o Paraguai.
Durante a ação que ocorreu de 6 a 10 de julho, com apoio da Defron (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Fronteira), DOF (Departamento de Operações de Fronteira) e PRF (Polícia Rodoviária Federais), foram apreendidas drogas, produtos eletrônicos, tecidos, cigarros convencionais e eletrônicos e ainda, automóveis.
A ofensiva aconteceu após quatro meses de articulação estratégica entre os órgãos. O planejamento operacional começou há cerca de um mês, segundo a Receita Federal, e envolveu uma força-tarefa com foco no combate a crimes de fronteira, sobretudo o tráfico de entorpecentes.
“A investigação aponta para a atuação de vários grupos criminosos, todos ligados ao crime organizado. Estamos trabalhando para reduzir esses crimes que afetam diretamente as fronteiras de Mato Grosso do Sul”, afirmou Erivelto Alencar.
Apesar do foco principal ser o tráfico de drogas, a operação também mirou outras atividades ilícitas relacionadas, como o contrabando e o descaminho. Os crimes apurados têm vínculo com organizações criminosas com alto grau de estruturação e periculosidade.
As prisões realizadas durante a operação envolvem suspeitos ligados ao transporte e distribuição de drogas, além de facilitadores logísticos dessas quadrilhas.
Segundo a Receita, as investigações continuam nos próximos meses com o objetivo de aprofundar o rastreamento do fluxo financeiro das organizações, o que deve resultar em novas ações tanto no Mato Grosso do Sul quanto em outros estados.
“A operação é reflexo de uma cooperação já consolidada entre os órgãos de fiscalização e segurança, que vem sendo cada vez mais intensificada para conter a atuação dessas redes criminosas nas regiões de fronteira”, concluiu o superintendente regional.
Apreensões
Como mostrado anteriormente, foram apreendidos cerca de R$ 24,5 milhões em mercadorias que ingressaram ilegalmente no país e 44 veículos utilizados por grupos criminosos para realizar as operações de contrabando, sendo 39 de passeio, três vans e dois caminhões. Juntos, esses automóveis foram avaliados em cerca de R$ 1,7 milhão.
Um dos destaques foi a apreensão de 225 mil maços de cigarros (avaliados em R$ 1,4 milhão) contrabandeados do exterior e introduzidos no país em veículos de passeio preparados para esse tipo de ação criminosa, onde são retirados todos os bancos dos veículos para aumentar a capacidade de transporte, restando tão somente o banco do motorista.
Os itens apreendidos serão encaminhados aos depósitos da Receita Federal da região, onde ficarão armazenados até que os autos de apreensão sejam finalizados.
Produtos como cigarros e drogas são destruídos, enquanto veículos são leiloados, incorporados por órgãos públicos ou doados para entidades de assistência social. Já a maioria das mercadorias é doada para entidades filantrópicas.
A operação contou com a participação de 72 agentes dos órgãos envolvidos e dois cães de Faro da Receita Federal, além do apoio do SIG (Setor de Investigações Gerais) de Dourados.