Justiça condena carpinteiro paraguaio que matou mulher e filha por ‘ordem divina’

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Foi condenado a 29 anos e seis meses de prisão, o carpinteiro paraguaio Plablino Giménez Ladezma, que assassinou a esposa e também a filha, por “ordem divina”. O julgamento teve início no dia 20 de março e terminou nessa segunda-feira (15/4), em Pedro Juan Caballero.

O Tribunal de Sentença foi composto pelas juízas Ana Graciela Aguirre Núñez, Marcelina Quintana de Acosta e Mirna Carolina Soto González.Além de Pablino, o filho dele, José David Giménez Romero recebeu pena de dez anos. Na época do crime, em novembro de 2021, o carpinteiro disse para a Polícia Nacional que cometeu o duplo homicídio porque recebeu “ordem divina”.Os trabalhos periciais nos corpos das vítimas indicaram que elas foram assassinadas em agosto daquele ano, e estavam com rigidez cadavérica de aproximadamente três meses.No primeiro dia de depoimentos, foi ouvido o comissário Jorge Vidallet, que na época era vice-chefe do Departamento de Investigações e foi um dos participantes da descoberta dos corpos de Patrocinia Romero Olmedo, 47 anos, e da filha, Noelia Giménez Romero, de 20.Outra testemunha ouvida foi Sotera Romero, mãe de Patrocinia. Ela disse que na época foi até a casa de sua filha, mas não a encontrou. Segundo ela, o genro ligou informando que os dois viajaram para vários lugares. “Durante esses três meses liguei para minha filha e ela não atendeu, esses dois (pai e filhos indiciados) me mentiram para mim e me disseram que minha filha tinha viajado com minha neta”, disse.O filho de Pablino, José David Giménez Romero, também foi preso e é julgado por cumplicidade e ocultação de cadáver. Os corpos das vítimas foram encontrados dentro da própria residência na Villa Teresa, nas proximidades do Bairro Defensores del Chaco.‘Possuída pelo demônio’

Casa onde ocorreu o crime

Logo após ser preso em Pedro Juan Caballero, Pablino Gomes Ledesma, na época com 53 anos, disse aos agentes da Polícia Nacional do Paraguai, que matou a própria filha para tirar o demônio do corpo dela.

Ele detalhou que antes de executar Noelia Gimenez Romero, de 20 anos, assassinou Patrocinia Romero Olmedo, de 47. O carpinteiro disse ainda que não estava arrependido.

“Matei em nome de Jesus porque ela estava possuída pelo demônio”, confessou Pablino, que teria contado com a ajuda de três filhos, dois deles menores de idade, relatando ainda que primeiro tirou a vida da esposa por enforcamento.

Ele disse ouvir vozes divinas e que os vizinhos tinham medo de passar em frente à casa deles com receio de serem atacados. O caso já havia sido relatado em 25 de outubro, quando procurou a polícia para denunciar o falso desaparecimento da mulher e da filha.

Durante o registro da ocorrência, na Delegacia de Polícia de Pedro Juan Caballero, que foi acompanhado pelo comissário Carlos Miguel Lopes Russo, teria afirmado que a filha estaria falando “em línguas”.

Segundo informações do próprio pai, os parentes estavam tão assustados quanto os vizinhos, que viviam em orações para que o demônio fosse afastado. Pablino explicou que Jesus falou com ele por meio de sua esposa.

Luiz Guilherme*

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