Lama Asfáltica tem provas de desvio de R$ 6 milhões

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Polícia Federal na Secretaria de Infraestrutura de MS. (Foto: Cláudia Gaigher/ Arquivo TV Morena)
Polícia Federal na Secretaria de Infraestrutura de
MS. (Foto: Cláudia Gaigher/ Arquivo TV Morena)

Após três meses de investigações, a Polícia Federal (PF) de Mato Grosso do Sul entra em uma nova fase na operação Lama Asfáltica, deflagrada para apurar desvio de recursos públicos, fraudes em licitações e contratações públicas. Ao G1, o delegado Cléo Mazzotti, chefe da Delegacia Regional de Crime Organizado, além do outro delegado que coordena as investigações, disseram que a instituição “já possui a comprovação de seis dos 11 milhões” desviados para a organização criminosa.

“Nós entramos agora em uma segunda fase de operação, com a análise de documentos. Houve a quebra de sigilo fiscal e bancário, referente ao ano de 2013, período em que existe a suspeita de superfaturamento em obras públicas. Além disso, temos dezenas de depoimentos para serem analisados, bem como o material apreendido”, afirmou o delegado.

Conforme Mazzotti, até o momento, não houve a confirmação oficial de que uma empresa ligada aos integrantes da organização criminosa possui filial no exterior. “Temos ainda outras provas a serem colhidas e áudios que mostram a ligação do empreiteiro investigado com a prefeitura”, comentou o delegado.

Doação de área
Sobre o prejuízo dos R$ 11 milhões, o delegado ressalta que as provas seriam referentes apenas a R$ 6 milhões. “Os outros cinco milhões teriam sido desviados por meio de um esquema. Na ocasião, a Aeronáutica teria doada uma área, na qual foi construída a avenida Lúdio Martins Coelho. Em troca, seriam realizados reparos na Base Aérea e entorno. O serviço foi feito, mas com verba federal e esta seria a fraude dos cinco milhões restantes”, ressaltou o delegado.

Além da Polícia Federal, o delegado diz que atua em ação conjunta com o Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Neste período, um servidor que ocupava o cargo de direção-geral e assessoramento da Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul) e uma outra servidora, que recebia pouco mais de R$ 2 mil mensais, foram exonerados.

A decisão de ambos foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE), no dia 23 de setembro.

Lama Asfáltica
São ao todo dois inquéritos que apuram os possíveis crimes. No dia 9 de julho deste ano, foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão e quatro ordens de afastamentos de servidores estaduais.

A ação ocorreu em um órgão estadual, além de residências e empresas que possuíam contratos com o Poder Público. O prejuízo investigado é de R$ 11 milhões na construção de obras com recursos federais.

Além da PF, existe a parceria da Controladoria-Geral da União (CGU), do Ministério Público Federal (MPF) e da Receita Federal de Mato Grosso do Sul. Todas as empresas investigadas atuam na pavimentação de rodovias, construção de vias, coleta de lixo e limpeza pública, entre outros.

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