Operação Dakovo: Começa a maior operação contra o tráfico internacional de armas

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Após mais de um ano de investigação conjunta entre a SENAD e o Ministério Público do Paraguai, a Polícia Federal brasileira e o Selo do Departamento de Segurança Holandesa dos Estados Unidos, operação que busca desmantelar um grande esquema internacional de tráfico de armas de origem europeia ao Paraguai e posteriormente às facções criminosas mais perigosas do Brasil.

A ação abrange toda a cadeia de valor da organização criminosa, desde a empresa (líder e vendedores), órgão gestor de importações e vendas (DIMABEL) até os intermediários que serviam de elo com as estruturas criminosas do país vizinho.

Onde acontece

20 incursões são realizadas nas regiões Centro e Alto Paraná, no Paraguai. 20 ações em território brasileiro e uma em Kansas, Estados Unidos. No centro da investigação está a International Auto Supply Company (IAS) com sede em Assunção, cujo presidente Diego Dirisio, um argentino, juntamente com sua sócia Julieta Nardi, seriam os líderes da estrutura criminosa. Vários de seus colaboradores e vendedores também estão relacionados como alvos de captura.

Por outro lado, é realizada uma intervenção na sede da DIMABEL em Assunção. Nesse sentido, vários militares, alguns de alta patente, fazem parte da lista de pessoas a serem detidas. A investigação, ao longo de dois anos, conseguiu apurar a sua participação activa na autorização irregular de importação de armas, nas alterações documentais para cumprimento da Lei das Armas, bem como nas autorizações de vendas irregulares em troca de avultadas somas de dinheiro. da empresa em questão, entre outras manobras.

Da mesma forma, também são realizadas intervenções em diversas residências e supostos locais de “caça e pesca”, tanto em Assunção como em Ciudad del Este.

Mecanismo

Em termos gerais, a empresa, através das suas ligações com a DIMABEL, dispunha de instalações para importar armas da Croácia, Eslovénia e República Checa. Recebia autorizações rápidas para importação e posterior venda.

Posteriormente, os lotes de armas foram adquiridos por intermediários com ligações diretas com facções criminosas de todo o Brasil. Para justificar as supostas transações, foram simuladas pequenas vendas de 2 a 3 armas para pessoas que não tinham capacidade financeira, muitas delas empregados, diaristas ou estudantes. Em alguns casos, receberam pequenas somas de dinheiro para se envolver na manobra e, noutros, suas identidades foram utilizadas sem consentimento.

Antes do envio ao Brasil, os números de série das armas foram apagados para evitar rastreamento e rastreabilidade. Desde 2012, esta empresa já importou 25 mil armas que supostamente foram vendidas em nosso país, porém acabam nos centros de violência do crime organizado no Brasil e em toda a fronteira.

Para que os pagamentos não fossem rastreados, a estrutura criminosa utilizava “doleiros” que operavam interligados entre o Paraguai e os Estados Unidos. Eles “pulverizaram” grandes somas de dinheiro em pequenas transações de menos de 5.000 dólares em contas diferentes que foram finalmente agrupadas novamente para fazer pagamentos a partir dos Estados Unidos.

Amas apreendidas sustentam uma guerra.

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