Policiais da DECO intensificaram a apuração do suposto sumiço do piloto Luizimar Cassius Nastick de 40 anos e do mecânico de aeronaves Jeferson Pontes Gonçalves de 29 anos, que atuavam nos Aeroportos Teruel e Santa Maria, em Campo Grande, depois que durante a checagem do “sumiço”, foi apurado que a dupla, principalmente Jeferson, o mecânico, que de origem humilde, começava a mostrar repentina evolução de patrimônio como saídas e chegadas na cidade em avião fretado, compra de carro e exibição de dólares.
De acordo com os policiais que trabalharam no caso, Jeferson cresceu praticamente entre aviões nos hangares do Aeroporto Teruel, onde o pai há muitos anos trabalha em serviços gerais. Ali ele entrou na profissão se tornando mecânico, chegou a tentar o curso de pilotagem, o que acabou deixando de lado, apesar de pilotar, mesmo sem habilitação.
Nos comentários entre operadores na aviação, surgiu que recentemente Jeferson passara a se dirigir ao pai com conversas estranhas debochando da “eterna pobreza” do pai, que era “um bêbado” que precisava “acordar” e mudar de vida. Já pouco antes do sumiço ele não escondia ter nos bolsos muitas notas de dólares e por fim além de chegadas a Campo Grande em aviões fretados.
Outra constatação que despertou os investigadores da DECO, foi de que nas vezes que chegaram de avião em Campo Grande, os dois haviam partido da cidade de Cáceres, em Mato Grosso na fronteira com a Bolívia. A descoberta seguinte sobre os “sumidos”, foi que eles chegavam ao aeroporto de Cáceres em aviões pilotados por Luizimar, aviões que eram deixados ali e em seguida embarcavam em fretados rumo a Mato Grosso do Sul.
A investigação da DECO acabou revelando a razão do sumiço que preocupava os colegas do piloto e do mecânico, mas não incomodava os familiares, eles estão presos na Venezuela desde o dia 16 de novembro após pouso em uma estrada rural utilizada como pista clandestina.
No avião, o Sêneca matrícula PT-EZU, militares venezuelanos encontraram vários tambores de plástico com 480 litros de combustível para avião e vestígios de cocaína. A aeronave está cadastrada como pertencente à Amanda Keruza da Cunha Aquino, de Minas Gerais, também registrada como operadora, quem usa a aeronave.