Uma operação que durou meses de investigação revelou uma das maiores quadrilhas de traficantes de droga que agia no eixo Rio Grande do Sul/Mato Grosso do Sul. Ontem foram cumpridos mandados de prisão nos dois estados e apreendidos bens estimados em mais de 50 milhões de reais. Entre os bens apreendidos e colocados à disposição da Justiça estão 30 imóveis e 150 veículos, entre carros, utilitários e caminhões.
A Operação Suçuarana teve a participação de mais de 150 policiais federais e em mais de um ano de investigação foram colocadas fora de circulação mais de uma tonelada de cocaína e três de maconha. A droga vinha da Bolívia e do Paraguai. Em Dourados um laboratório de refino de cocaína desmontado no mês passado era usado pela quadrilha. Duas pessoas foram presas na cidade acusadas de envolvimento no crime.
De acordo com a PF, a cocaína vinha da Bolívia de avião e chegava ao Paraguai, onde atravessava para o Brasil via terrestre até Ponta Porã. De lá, seguia para um laboratório de refino em Dourados onde o entorpecente era embalado e levado em fundos falsos de caminhões para o Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Na madrugada de ontem os agentes federais foram para as ruas cumprir os mandados expedidos pela Juíza substituta da sétima Vara Federal de Porto Alegre. Três pessoas foram presas em Ponta Porã e duas em Dourados. No começo da tarde todos foram levados para a sede da Polícia Federal na capital gaúcha em um avião que trouxe parte dos policiais que trabalharam na operação de captura.
Entre os presos estão: Ailton Fernandes Gonçalves, Aldo Fabian Vignonine, Anderson Anhasco Espinaco, Cynthia Piechocki, Devair Alves de Oliveira, Fabiana Cardoso Rodrigues, Fábio Lopes, Jarvis Chimenes Pavão, José Roberto de Oliveira, Luiz Antonio Blanz da Silva, Maria Helena Parentes, Natal Júnior Valadro Cecon, Pedro Paulo Lopes e Ricardo Luiz Piechocki e Vitor Hugo dos Santos.
De acordo com o delegado Fabrício Argente que comandou as investigações no Rio Grande do Sul, o chefe de todo o esquema de tráfico internacional é Jarvis Chimenes Pavão, preso desde 2010 em Assunção, onde aguarda extradição para o Brasil. Pavão é condenado pela Justiça de Santa Catarina a mais de 15 anos de prisão por tráfico de droga e mesmo preso estaria atuando na compra venda e distribuição de entorpecente.