A Polícia Federal deflagrou nesta manhã (15) a Operação Efeito Dominó, em mais um desdobramento dos trabalhos iniciados em 2017 e que resultaram na chamada Operação Espectrum.
Na ocasião a Polícia Federal desarticulou uma enorme estrutura estabelecida para o tráfico internacional de drogas e comandada por Luiz Carlos da Rocha, o Cabeça Branca, apontado como um dos maiores traficantes de entorpecentes da América do Sul com conexões em dezenas de países.
Cerca de 90 policiais federais estão cumprindo 26 ordens judiciais, sendo 18 mandados de busca e apreensão, cinco mandados de prisão preventiva e três mandados de prisão temporária nos estados do Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará, Paraíba, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e São Paulo.
Durante a investigação policial foi possível identificar uma complexa e organizada estrutura destinada à lavagem de recursos provenientes do tráfico internacional de entorpecentes.
Segundo nota da Polícia Federal, as investigações demonstram o modo de operação da quadrilha com a participação de doleiros, já que um grande volume de dinheiro era movimentado com a venda principalmente de cocaína.
Os federais chegaram a dois doleiros que já tinham sido presos em outras operações a Farol da Colina, que também investiga desvios no Banestado e a Operação Lava Jato. Um desses doleiros já tinha feito acordo de delação premiada com a Justiça e voltou a agir de forma irregular. A PF disse que vai informar Procuradoria Geral da República e Supremo Tribunal Federal sobre a prisão do réu colaborador para avaliação quanto a “quebra” do acordo firmado.
A ação desta fase tem, dentre outros, o objetivo de reunir informações complementares da prática dos crimes de lavagem de dinheiro, contra o Sistema Financeiro Nacional, organização criminosa e associação para o tráfico internacional de entorpecentes.
A denominação “Efeito Dominó” é uma alusão ao fato de existir um efeito em cascata no tráfico internacional de entorpecentes, pois, por se tratar de crime que visa lucro, o dinheiro ilícito amealhado, especialmente no vultoso volume identificado nesta operação, necessita de forte estrutura de lavagem de dinheiro, consistente na movimentação de recursos em espécie no país com a intervenção de operadores financeiros.
A referência também se baseia na identificação dos procedimentos sobrepostos de lavagem de dinheiro identificados, sempre com o objetivo de ocultar a origem e o real beneficiário dos recursos provenientes do tráfico internacional de drogas.
No Mato Grosso do Sul estão sendo cumpridos um mandado de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva em Campo Grande, um mandado de apreensão em Amambaí e um mandado de prisão temporária e um de busca e apreensão em Dourados.