Um assalto ousado a uma agência bancária brasileira na cidade de Katueté, no Departamento de Canindeyú, no Paraguai nas proximidades de Mundo Novo, chocou a região. O crime, que envolveu a explosão da estrutura do prédio e do cofre, resultou no roubo de US$ 910 mil (aproximadamente R$ 4,6 milhões, dependendo da cotação).
A investigação sobre o ataque ganhou um novo e crucial elemento: os explosivos do tipo “banana” utilizados são de fabricação brasileira. A Direção de Material de Guerra (Dimabel) do Paraguai intensificou os esforços para rastrear o material.
O General Servín, chefe militar, revelou que os explosivos industriais foram importados legalmente para o Paraguai em maio deste ano, com destino específico para uso em pedreiras.
Em entrevista à rádio Monumental 1080 AM, Servín confirmou que 15 empresas adquiriram esses materiais, e a Dimabel concentra a verificação nessas companhias, especialmente nas localizadas nas proximidades da área do crime.
Os explosivos são restritos a atividades de mineração e só podem ser manuseados por 185 especialistas ativos e treinados pela Dimabel. O General explicou que um especialista certificado tem permissão para trabalhar apenas para a empresa à qual é afiliado. Dessa forma, a investigação não descarta a possibilidade de que um perito autorizado tenha desviado parte do lote para o mercado negro do crime organizado.
O diretor militar detalhou a sofisticação da quadrilha, indicando que o método usado para abrir o cofre, com a fabricação de uma cápsula metálica, era de alto conhecimento técnico: “Eles realmente entendiam muito bem disso. Usaram cerca de 15 cargas”, observou Servín.
A operação de rastreamento da Dimabel visa não apenas esclarecer o crime transfronteiriço, mas também mapear e atacar o patrimônio financeiro do crime organizado, reforçando a integração de inteligência entre os órgãos de segurança do Brasil e do Paraguai na faixa de fronteira.