A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou, nesta quinta-feira (24), a Operação “Piratas do Agro”, sendo os alvos investigados pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) por constituir associação criminosa especializada em furto de fertilizantes em propriedades rurais do Estado. O GCCO investiga, ao menos, cinco furtos de cargas de fertilizantes de fazendas localizadas nos municípios de Sorriso, Brasnorte, Santa Rita do Trivelato e São José do Rio Claro, de onde foram subtraídas 490 toneladas de produtos, com prejuízo estimado às vítimas em, aproximadamente, R$ 1,2 milhão.
Com base nas investigações, a GCCO representou por prisões temporárias de integrantes da quadrilha, buscas e apreensões domiciliares e apreensões de veículos, entre eles, caminhões utilizados nos crimes e veículos de propriedade dos investigados. O objetivo da Polícia Civil é apresentar os veículos ao Poder Judiciário para que sejam leiloados os bens e os valores arrecadados, revertidos às vítimas visando o ressarcimento dos prejuízos sofridos. Os mandados foram deferidos pela 2ª Vara Criminal de Sorriso.
As investigações da GCCO contaram com o apoio da Delegacia de Sorriso e da Delegacia de Roubos e Furtos de Nova Mutum. A operação conta com o apoio das delegacias da Regional de Rondonópolis, município onde todos os quadrilheiros residem
Como agem
As investigações revelaram que o bando começou a atuar após comprar um caminhão “munck”, equipamento imprescindível para a prática dos furtos. Os quadrilheiros iam a propriedades rurais, onde estavam depositados os fertilizantes armazenados em bags (grandes bolsas de plástico) que ficam em meio às lavouras. Com o guincho do caminhão, eles içavam as bags sobre carretas e cortavam o fundo dos sacos, despejando o fertilizante para serem transportados. Durante a apuração, a Polícia Civil identificou também os veículos utilizados pelos ladrões para o transporte dos fertilizantes, além de um veículo Polo branco usado pelo grupo para o levantamento e identificação das fazendas alvo dos ataques.
Furtos
Os crimes apurados ocorreram em quatro diferentes municípios de Mato Grosso, todos de extensa produção agrícola. No dia 8 de setembro passado, criminosos entraram em uma fazenda no município de Sorriso, localizada na MT-404, e levaram cerca de 133 toneladas de cloreto de potássio, avaliadas em R$ 252 mil. O produto estava acondicionado em bags armazenadas em meio à área de plantação e foram encontrados vazios e rasgados no local.
No dia no dia 11 de setembro, outro furto foi registrado em uma propriedade de Brasnorte, na região noroeste do estado, de onde oram furtadas 30 toneladas de cloreto que estavam em bags, avaliadas em R$ 57 mil. O terceiro furto praticado pela quadrilha aconteceu em 15 de setembro, em Santa Rita do Trivelato, norte de Mato Grosso, de onde foram levadas 127 toneladas de adubo a granel, avaliadas em R$ 228 mil. Outra propriedade em Sorriso foi alvo da quadrilha no dia 18 de setembro. Da fazenda, localizada na MT-242, foram furtadas 92 toneladas de adubo granulado, cujo valor é estimado em R$ 310 mil.
Em janeiro deste ano, outro furto com as mesmas características foi registrado em uma fazenda do município de São José do Rio Claro, na MT-235. Da propriedade foram levados quase 60 mil quilos de ureia granulada, avaliados em R$ 293 mil, e mais 37,8 toneladas de sulfato de amônia, avaliadas em R$ 48,7 mil. O nome da operação faz referência aos criminosos que agem em diversas regiões do estado, como verdadeiros piratas, furtando produtos destinados ao agronegócio.