Polícia Federal cita indícios de que fuga em Mossoró contou com ajuda interna

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Investigação da Polícia Federal sobre a fuga dos dois detentos na penitência federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, aponta que as circunstâncias “sugerem fortemente” a possibilidade de ter ocorrido crimes de facilitação de fuga e dano qualificado. A informação consta em documento obtido pelo jornal Folha de S. Paulo.

Segundo o documento, quatro indícios reforçam a tese. O primeiro é com relação às barras de metal usadas para retirar a luminária da parede da cela, o que fez eles chegarem ao local de manutenção do presídio. Ao menos um desses metais seria compatível com vergalhões utilizados em uma reforma em andamento. Um laudo sobre isso é aguardado pela polícia.

O segundo indício se refere ao momento em que os presos chegam ao tapume (uma espécie de cerca) de uma obra e encontram ferramentas para romper a barreira do perímetro interno e, depois, do externo, e fugirem. Já o terceiro é o fato de os dois internos terem conseguido chegar a um tapume na escuridão. Um poste que deveria iluminar a área estava desligado pelo disjuntor.

O quarto indício, por sua vez, é os fugitivos serem capazes de encontrar, mesmo na escuridão, ao menos um alicate. De acordo com a investigação, a polícia acredita que a ferramenta pode ter sido deixada no local para ajudar a romper as cercas. Ainda conforme a investigação da PF, a facção Comando Vermelho está bancando uma rede de apoio para ajudar os dois fugitivos. Essa rede auxilia com alimentação, bebidas, transporte e possivelmente armas de fogo. Essa ajuda teria iniciado após os detentos terem usado celulares no dia 16 de fevereiro.

Os homens fugiram da penitenciária no dia 14 de fevereiro. O caso marca a primeira fuga registrada na história do sistema penitenciário federal, que inclui cinco presídios de segurança máxima. Nesta sexta-feira, 1, a busca por eles completa 17 dias e seis pessoas já foram presas.

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