As investigações começaram no final de 2016, quando um avião caiu no município de Caracaraí, sul do estado de Roraima, e os ocupantes fugiram, o que levantou suspeitas sobre o conteúdo que estaria sendo transportado. A partir dessa suspeita, a PF conseguiu apurar que os responsáveis pela aeronave estariam envolvidos em uma organização criminosa destinada ao tráfico de drogas.Durante o ano de 2017, 3 ações coordenadas pela Polícia Federal durante as investigações resultaram na apreensão de mais de meia tonelada de cocaína nos estados de Roraima, Pará e Tocantins.
O esquema envolveria o transporte de cocaína que seria recebida na região Norte do Brasil por meio de aviões com destino ao Centro-Oeste. Cada voo transportaria, em média, 550kg da droga, e o grupo contaria com pelo menos 18 aeronaves. A cocaína seria pega em São Gabriel da Cachoeira/AM, de onde o avião partiria para alguma pista clandestina no estado de Roraima, com o intuito de se afastar de regiões com maior fiscalização, para depois ir em direção a estados como Goiás e Tocantins.
A organização seria estruturada em três núcleos distintos: um familiar, formado por parentes do líder esquema, quem comandavam os negócios; um outro núcleo que prestaria apoio logístico ao grupo – como a identificação de pistas clandestinas, arrendamento de fazendas e abastecimento das aeronaves; e um último composto pelos pilotos.
A base de operações do grupo se localizaria na região do município de São Gabriel do Oeste/MS. Porém, em agosto 2017 foram alvos de uma operação da Polícia Civil daquele estado envolvidos em clonagem de aeronaves para tráfico de drogas, inclusive com expedição de mandado de prisão para o líder do grupo, que chegou a ficar foragido. Após o evento, a estrutura de apoio da organização criminosa teria sido transferida para Santarém/PA.
Foram deferidos 30 mandados de prisão preventiva, 6 de prisão temporária, 27 de busca e apreensão, 7 mandados de bloqueio/suspensão de regularização de imóvel rural e 36 mandados de sequestro/bloqueio de bens, os quais incluem, além dos 18 aviões, imóveis, propriedades rurais e mais de R$ 290 milhões de reais de eventuais contas bancárias em nome de 36 investigados.
*O nome da operação faz referência a prática de voos clandestinos, que ocorrem a baixa altitude com o objetivo de dificultar sua identificação por radares.