A Polícia Federal prendeu, nesta quinta-feira (30), em Ponta Porã, uma cidadã paraguaia com mandado de prisão preventiva para fins de extradição, expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa ligada ao narcotráfico internacional. Ela é também apontada como fornecedoras de armas, inclusive de guerra, como a que matou Jorge Rafaat, em junho de 2016.
De acordo com o mandado, a mulher é proprietária de diversas empresas, todas no Paraguai, dedicadas à lavagem de dinheiro, entre elas, agências de viagem. O pedido de prisão originou-se de investigação da Promotoria de Justiça e Secretaria Nacional Antidrogas (SENAD) do país vizinho, após uma ação contra o Tráfico de Drogas realizada em 2016 na cidade de Pedro Juan Caballero, cidade irmã de Ponta Porã.
A operação envolvia a empresa Comtecpar que, entre outros negócios, fornecia materiais e produtos ao governo do Paraguai, bem como, importava e exportava armas e munições. Em 2013, a empresa Comtecpar apareceu na imprensa paraguaia em virtude de transações comerciais impróprias de munições e artefatos de guerra, como granadas e projéteis de armas calibre .50, capazes de atravessar paredes de concreto e blindagem de carro-forte.
Em território brasileiro, a empresa teria comercializado armamento pesado para da maior facção criminosa brasileira. A paraguaia, moradora no Brasil há 40 anos, dedicava-se à venda de produtos de beleza de porta em porta e em sua casa. Contudo, seu nome figura como proprietária de uma empresa que movimentou valores acima de R$ 200 bilhões de Guaranis, algo em torno de R$ 143 milhões. E, contra a qual há difusão vermelha pela Interpol. Ela foi presa saindo de sua residência em Ponta Porã e será extraditada para o país vizinho.