Preso autor de explosão de bomba em supermercado de Rondonópolis

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A Polícia Civil de Mato Grosso prendeu nesta quarta-feira (12), em Rondonópolis, R.M.D.O, de 33 anos, autor do ataque a bomba contra um supermercado da cidade, na última terça-feira (4). Ele é barbeiro, não possui passagens policiais e confessou a autoria do crime. Na residência do autor confesso do atentado, cumprindo mandado de busca, policiais apreenderam objetos utilizados na fabricação dos artefatos explosivos, como pólvora, mecanismo eletrônico de detonação à distância, munições, motocicleta e outros usados no crime.

O indivíduo responderá pelos crimes de extorsão qualificada (com agravamento pela lesão causada nas vítimas) e explosão. A investigação realizada ao longo de uma semana pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Rondonópolis, com apoio da Delegacia Regional, Delegacia de Homicídios e Diretoria de Inteligência da Polícia Civil, chegou, primeiramente, na localização de um veículo que foi usado no crime. Após a identificação do proprietário do veículo, foi efetuada a representação pela busca e apreensão domiciliar, deferida pelo juízo da 2° Vara Criminal de Rondonópolis.

Extorsão e explosão

Conforme a investigação da Polícia Civil apurou, no dia 4 de abril, por volta das 8h30, o serviço de atendimento ao consumidor da rede de supermercados de Rondonópolis recebeu mensagens por aplicativo de uma pessoa que se dizia ser ‘membro de uma organização que efetua ações de altíssima violência’ exigindo o pagamento de R$ 300 mil em moeda virtual, tipo Bitcoin, sob pena de um ataque contra as lojas da empresa.

No mesmo dia, já por volta de 18h, em uma das lojas da rede, localizada no bairro Vila Operária, aconteceu a detonação de um explosivo que causou lesão corporal grave em duas pessoas, sendo uma delas criança de sete anos, além de lesões em outros clientes. Após a denotação do primeiro artefato, o autor do crime fez novo contato com o atendimento ao consumidor da empresa exigindo, novamente, o pagamento sob pena de um novo ataque. Assim que foi acionada sobre os fatos, a equipe de investigação da Polícia Civil orientou o imediato fechamento preventivo das lojas da rede de supermercado.

Em uma delas, no bairro Jardim Tropical, foi localizado um artefato explosivo. A Polícia Civil acionou as unidades especializadas – Gerência de Operações Especiais e BOPE para desarme e detonação. Com o trabalho, as equipes especializadas atestaram que se tratava de artefato explosivo bem elaborado, com acionamento por mecanismo eletrônico de detonação à distância.

Buscas e prisão

Nesta quarta-feira (12), as equipes da Derf cumpriram o mandado na residência do então suspeito, R.M.D.O, (33), localizada no Residencial Farias. No local foram apreendidos objetos utilizados na fabricação dos artefatos explosivos, como pólvora, mecanismo eletrônico de detonação à distância, munições, além da motocicleta e outros objetos usados no crime.

O autor é barbeiro, não possui passagens policiais e confessou em detalhes a autoria do crime. Conforme a apuração da Polícia Civil, ele planejou meticulosamente o crime e deu detalhes sobre a execução. A investigação apontou que, em outubro do ano passado, ele deu início ao projeto, com a compra de equipamentos para as bombas, escolha da vítima e planejamento operacional, como o estudo de câmeras de segurança e rotas de fuga. No dia 4 de abril, ele foi até a loja da rede de supermercado e fez o acionamento, após a recusa do proprietário no pagamento da extorsão.

Interrogatório

Durante interrogatório na Derf de Rondonópolis, R.M.D.O alegou que tem há mais de 15 anos tem noção de manuseio de explosivos e fabricava bombinhas caseiras. Disse que, no ano passado, teve a ideia de causar prejuízos materiais em “quem tem muito dinheiro” e a rede de supermercado foi a primeira que veio em sua mente, devido ao grande fluxo de pessoas no local, pois poderia se camuflar no meio da multidão e implantar as bombas.

O autor do crime disse ainda que em 31 de março, por volta das 8h, colocou a primeira bomba no supermercado da Vila Operária. Após uns 30 minutos, o investigado colocou a segunda bomba na loja do Jardim Tropical. Já em relação à extorsão, ele alegou que a intenção era colocar o dinheiro virtual em uma plataforma chamada Mixer, que reunia milhares de carteiras virtuais, com a intenção de dificultar o rastreio do dinheiro devido ao número expressivo de carteiras.

O indivíduo disse ainda que o prazo do pagamento era até o final da tarde do dia 4 de abril. Passado o prazo, ele foi de motocicleta ao supermercado, parou a, aproximadamente, 60 metros do local, e acionou a bomba por controle remoto. No dia seguinte, o investigado enviou nova mensagem para saber se o estabelecimento comercial faria o pagamento da quantia exigida em Bitcoins e alegou que já não tinha mais a intenção de detonar a segunda bomba.

Três pessoas sofreram ferimentos no atentado.
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