Valores desviados da Federação de Futebol superaram R$ 6 milhões

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A operação Cartão Vermelho deflagrada esta manhã pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) que visa desmantelar uma organização criminosa dentro da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul), apurou que de setembro de 2018 a fevereiro de 2023, houve um desvio de dinheiro que superou R$ 6 milhões.

As investigações que resultaram na ação de hoje, duraram quase dois anos, e nesse período, os agentes constataram que se instalou na Federação de Futebol organização com objetivo de desviar valores provenientes do Estado – via convênio, subvenção ou termo de fomento – ou mesmo da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), em benefício próprio e de terceiros.

Entre os principais alvos da operação, está o presidente da FFMS, Francisco Cezário de Oliveira, de 77 anos.

Uma das formas de desvio era a realização de frequentes saques em espécie de contas bancárias da FFMS, em valores não superiores a R$ 5 mil para não alertarem os órgãos de controle, que depois eram divididos entre os integrantes do esquema.

Nessa modalidade, verificou-se que os integrantes da organização criminosa realizaram mais de 1,2 mil saques, que ultrapassaram o montante de R$ 3 milhões.

A organização criminosa também possuía um esquema de desvio de diárias dos hotéis pagos pelo Estado de MS em jogos do Campeonato Estadual de Futebol.

Esse esquema de peculato estendia-se a outros estabelecimentos, todos recebedores de altas quantias da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul. A prática consistia em devolver para os integrantes do esquema parte dos valores cobrados naquelas contratações (seja de serviços ou de produtos) efetuadas pela Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul.

Na data de hoje, equipes da Polícia Militar prestaram apoio operacional ao Gaeco. A operação contou também com a participação de representantes da Comissão de Defesa e Assistência das Prerrogativas dos Advogados de Seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil.

No curso das diligências, até agora foram apreendidos mais de R$ 800 mil. Em nota, o Grupo informou que a ação cumpre sete mandados de prisão preventiva e 14 de busca e apreensão em Campo Grande, Dourados e Três Lagoas.

A operação

O nome da operação, Cartão Vermelho, é autoexplicativo e faz alusão ao instrumento utilizado pelos árbitros para expulsar os jogadores que cometem faltas graves durante as partidas de futebol.

Luiz Guilherme*

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