Governo prepara represália em cargos e emendas para quem assinou pedido de impeachment de Lula

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O governo Federal prepara retaliação aos deputados que assinaram o pedido de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), protocolado na Câmara na semana passada. Para o revide, petistas apontam que poderiam prejudicar o repasse de emendas e suspender indicações feitas por esses parlamentares a cargos regionais. Também pretendem fazer um apelo para retirada das assinaturas desses congressistas do requerimento.

O posicionamento foi sinalizado pelo líder do governo na Casa, José Guimarães (PT-CE), em um encontro que reuniu o líder do PSB, Gervásio Maia (PB), e o do PSD, Antônio Britto (BA). Lula é alvo de pedido de impeachment e petistas defendem que seja enviada uma lista dos deputados da base que assinaram requerimento para o governo decidir o que fazer contra os signatários.

Cinco deputados da legenda de Britto assinaram o requerimento, de autoria da deputada Carla Zambelli (PL-SP). Sargento Fahur (PR), Ismael (SC), Reinhold Stephanes (PR), Darci de Matos (SC) e Stefano Aguiar (MG). O PSD tem ministérios (Agricultura, Pesca e Minas e Energia) no governo Lula e, ainda assim, teve deputados que aderiram ao impeachment de Lula, pedido em razão das declarações do presidente, que comparou a ofensiva de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza ao Holocausto.

Há também signatários do União Brasil, do Republicanos e do PP, que comandam pastas na Esplanada. No entendimento dos parlamentares na reunião, não há razão para deputados que são de a base do governo aderirem a um pedido de impeachment. Uma lista de todos os parlamentares da base governista está pronta.

“Formou-se um consenso entre nós de que é incompatível o parlamentar ser da base do governo, ter relação com o governo e assinar pedido de impeachment”, escreveu Guimarães no X (ex-Twitter). “Isso não é razoável e a minha posição é encaminhar a lista desses parlamentares para que o governo tome providências.”

O pedido de impeachment feito por Zambelli foi protocolado com 139 assinaturas, com mais cinco aditamentos a serem protocolados. Cabe ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), decidir dar abertura ao pedido ou não. Ele pode arquivar a proposta ou mantê-la na gaveta, já que não há um prazo determinado para avaliação.

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