Lula demite número 2 da Abin e escolhe nome técnico para a vaga

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitiu nesta terça-feira, (30), o diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alessandro Moretti. A dispensa ocorreu após o escândalo envolvendo a busca e apreensão em endereços do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. Moretti é muito ligado ao ex-presidente.

Diligências da Polícia Federal indicaram que tanto ele como outros integrantes da cúpula da Abin dificultaram as apurações e estariam agindo em “conluio” com servidores investigados. O novo diretor-adjunto será Marco Cepik, diretor da Escola de Inteligência da Abin e um dos maiores especialistas do País nessa área. A nomeação de Cepik saiu em edição extra do Diário Oficial da União.

Moretti era o braço-direito do diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa. Aliados do governo e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) pressionam Lula a demitir Corrêa e cobram mudanças no modelo de funcionamento da Abin. No relatório enviado ao STF, a Polícia Federal diz que Moretti se reuniu com servidores, em março do ano passado, e afirmou que a investigação sobre a “Abin paralela” tinha “fundo político” e iria “passar”.

Nesta terça, (30), Lula admitiu que não haveria “clima” para a permanência de Moretti, chamado por ele de “cidadão”, caso fosse provada sua relação com o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ). Pré-candidato à Prefeitura do Rio, Ramagem chefiou a Abin no governo Bolsonaro e é suspeito de ter ajudado o clã Bolsonaro com informações confidenciais sobre inquéritos da Polícia Federal quando já não estava mais no comando da agência.

“Se isso for verdade, e isso está sendo provado (relação de Moretti com Ramagem), não há clima para esse cidadão continuar na polícia (na Abin)”, afirmou o presidente, pela manhã, em entrevista à CBN Recife. Horas depois, Lula assinou a exoneração de Moretti.

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