O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta sexta-feira (19) que a Venezuela é “livre para eleger quem quiser”. A declaração ocorre dois dias após o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ter dito que pode haver um “banho de sangue” ou uma “guerra civil” caso ele perca as eleições. “Por que eu vou querer brigar com a Venezuela? Por que eu vou querer com Nicarágua? Por que eu vou querer com a Argentina? Eles que elejam os presidentes que quiserem. O que me interessa é a relação de Estado para Estado, o que que o Brasil ganha e o que que o Brasil perde nesta relação”, comentou o petista.
O chefe do Executivo destacou que o Brasil mantém uma boa relação com todos e que seria o único país do mundo sem disputas com outras nações. “Uma coisa que o Brasil tem que ninguém tem: não tem nenhum país do mundo sem contencioso com ninguém como o Brasil. Não existe. Todo mundo gosta do Brasil, e o Brasil tem que gostar de todo mundo”, afirmou o presidente.
As declarações foram dadas durante cerimônia de anúncio de investimentos em obras nas rodovias Via Dutra (BR-116) e Rio-Santos (BR-101), em São José dos Campos (SP). O presidente aproveitou a ocasião para alfinetar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Sem mencionar o nome do antigo chefe do Executivo Federal, disse que ele era evitado nos encontros internacionais, o que levou o Brasil, segundo Lula, a ser relegado a um papel secundário no cenário global. Disse ainda que na gestão petista, a imagem internacional do país foi recuperada. “Se no ano passado eu fui ao mundo, agora não preciso mais, o mundo vem ao Brasil”, frisou, dando o recado de que deve realizar menos viagens internacionais no resto do mandato.