O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União) fez o pagamento simbólico de R$ 1 ao ex-diretor da concessionária Rota do Oeste, Júlio Perdigão, para assumir o controle acionário da empresa, que agora passa a se chamar Nova Rota.
O ato ocorreu em cerimônia na manhã desta sexta-feira (5), em Cuiabá, quando Mendes assinou as ordens de serviço para recuperação de trechos da rodovia BR-163. “Chegou-se à conclusão que ela, Rota do Oeste não valia nada. Se valesse alguma coisa, o mercado teria comprado. Vinte empresas grandes no Brasil, empresas internacionais se aproximaram e fizeram esse ‘valuation’. Então, simbolicamente, o Governo está dando R$ 1 por essa companhia”, disse Mauro Mendes.
Para concretizar o negócio, o Governo do Estado teve que assumir uma dívida da empresa com sete bancos que chegavam ao montante de R$ 950 milhões. O Estado fez uma proposta, por meio da MTPAR (MT Participações e Projetos), e quitou todas as dívidas por R$ 446 milhões.
“O Governo quitou um passivo que tinha, para não ficar usando o dinheiro que tinha para pagar bancos. Conseguimos um desconto de 50% na dívida e agora nós temos a companhia que vai ter tarifa sendo arrecadada e sendo aplicada exclusivamente na operação da companhia e nos investimentos”. Antes de ser passada para as mãos do Governo, a Rota do Oeste tinha como acionistas a Odebrecht (60%), Caixa Econômica Federal (30%) e BNDESpar (10%).
Não cumpria
Desde que assumiu a via, em 2014, a concessionária Rota do Oeste duplicou apenas cerca de 120 quilômetros. O Governo de Mato Grosso, então, decidiu por negociar a transferência do controle acionário da companhia, de modo que assumiu as obras por meio da MTPAR.
A iniciativa permite ao Governo de Mato Grosso realizar, de forma imediata, as obras para duplicação da via, sem a necessidade de passar por relicitação. Além disso, permitirá a manutenção do patamar tarifário.
Os trechos prioritários são do Posto Gil a Nova Mutum (Km 507 ao Km 603); a travessia urbana de Sinop (Km 823 ao Km 834), e a Rodovia dos Imigrantes (KM 321,3 ao 353,5), que receberá obra de manutenção, neste primeiro momento. Ao menos 36 quilômetros de pistas duplicadas devem ser entregues ainda no primeiro ano de concessão.
Mato Grosso do Sul
Em Mato Grosso do Sul, a BR 163 em toda sua extensão da divisa com o Paraná até a divisa com Mato Grosso, segue sob administração da CCR, concessionária responsável pela duplicação e outras obras na via. Na prática, a duplicação segue apenas no sonho dos usuários da rodovia.
Paralelamente, os acidentes aumentam em toda a extensão da rodovia, vários deles inclusive em locais de “obras”. No anel viário de Campo Grande, ocorrem seguidos acidentes violentos com vítimas em estado grave ou mortas.
