Reinaldo Azambuja diz que proposta de Bolsonaro não resolve problema dos combustíveis

Governador aponta que seu substituto deve sofrer com a medida a partir de 2023

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A proposta anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro nesta segunda-feira (6) para que os estados reduzam a zero o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) que incide sobre o óleo diesel e o gás de cozinha (GLP) não agrada governadores que veem possibilidade de grande perda de arrecadação. No Mato Grosso do Sul, o governador Reinaldo Azambuja afirma que o Estado até aguentaria a queda de recursos até o fim do ano, mas vê o futuro com preocupação.

Segundo Azambuja, o problema será sentido mesmo pelo futuro governador, que será eleito em outubro e assume em janeiro de 2023. “Até dezembro de 2022, o Estado vai bem, mas e depois? Como fará? Terá uma perda para o ano que vem perto de R$ 1 bilhão. De onde vai repor? Pagamento de salário, dívida?”, questiona. “A forma que está sendo feita [essa PEC] é equivocada, não vai resolver o problema, vai transferir para os estados e municípios. O [ministro da Economia] Paulo Guedes não sentou [para conversar] com nenhum governador”, lamentou.

Para Reinaldo, faltou debate com os governadores. “Nenhum governador está alheio a essa desoneração. Acontece que não dá para mudar a política tributária do dia para a noite. Essa PEC cria um impasse momentâneo de R$ 84 bilhões, não estamos preparados para isso”, calculou.

O governador de Mato Grosso do Sul voltou a questionar, inclusive, o papel da Petrobras, que, para ele, “deveria subsidiar parte do lucro que está tendo, sendo retirado parte do lucro do Governo Federal’ afirmou durante assinatura de convênios para obras com as prefeituras de Alcinópolis, Ladário, Novo Horizonte do Sul, Rio Brilhante, Rio Negro e Rochedo.

Com relação ao ressarcimento que o Governo Federal promete subsidiar, o objetivo é cobrir o teto de até 17% do ICMS do diesel e do gás de cozinha. Ou seja, em estados com arrecadação maior que esse porcentual, receberiam apenas os 17% prometidos no futuro.

Para ser viabilizada, a proposta do governo precisa assegurar a aprovação do projeto que limita a aplicação de alíquota do ICMS sobre bens e serviços relacionados a combustíveis, gás natural, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo.

O projeto de lei complementar (PLP) passou pela Câmara e agora está em análise no Senado.

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