Senador de MT denuncia ‘cartelização’ e pede abertura da ‘caixa preta’ das aéreas

-

O senador Jayme Campos (União-MT) sugeriu que seja feita a abertura do que chamou de ‘caixa preta’ das companhias aéreas que exploram a malha viária brasileira. O preço das passagens aéreas, regionalização de voos, programas de milhagens e reservas foram alguns dos tratados durante audiência pública na Comissão de Infraestrutura do Senado. Durante os debates com representantes do governo federal e das empresas, Jayme Campos mencionou os rumores sobre a existência de cartel operando no setor e lembrou que as companhias aéreas brasileiras cobram a passagem “mais cara do planeta”.

O senhor citou como exemplo o valor de R$ 3.480,00 que ele próprio pagou por um voo de 1 hora e 15 minutos de duração entre Brasília e Cuiabá. “Isso é um estupro no cidadão, que não tem a quem recorrer e estão cobrando de nós uma solução”, ilustrou. Apesar dos valores das tarifas, as empresas aéreas relatam prejuízos, a exemplo da Gol Linhas Aéreas, que entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos e apresentou uma dívida superior a R$ 20 bilhões. Campos disse ser incompreensível essa situação, especialmente pelo fato de que essas empresas operam voos com aeronaves completamente lotadas.

Em pronunciamento no plenário, disse que empresas aéreas brasileiras têm o dever de explicar como estão fazendo sua composição de preço. Para o senador mato-grossense, é preciso abrir a contabilidade das companhias aéreas que ainda operam no Brasil. Ele defendeu que haja completa revisão do modelo de operação e mencionou a possibilidade de até mesmo se promover alterações na legislação, a depender dos resultados a serem apresentados pelas aéreas, para uso de parte dos recursos do Fundo Nacional da Aviação Civil, que conta com R$ 30 bilhões. O FNAC é destinado a financiar infraestrutura aeroportuária em aeroportos públicos.

Jayme Campos também cobrou respostas da Agência Nacional de Aviação Civil -ANAC quanto a abertura da concorrência no mercado, com operação de outras companhias. Para ele, o setor se mostra lucrativo, apesar dos altos custos envolvidos na operação. Fato é, segundo ele, que “o cidadão está sofrendo”, inclusive, com o tratamento que é dispensado pelas aéreas, e, com isso, exigindo respostas clara por parte da classe política. Ele criticou duramente o número reduzido de voos, citando como exemplo novamente a ligação Brasília-Cuiabá.

plugins premium WordPress